quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sabor de Vento!

Eu ando destilando silêncios... por onde passo.
E descubro todo dia uma cor diferente.. coloco na minha palheta.. faço um esboço .. 

rascunho do que vejo.

Levo comigo.

Convivido com pessoas grandes, aprendido coisas que não se medem. 


DIa destes fui atender o celular numa das salas em reforma aqui, parei frente a janela enorme... 

Reparei nas crianças do Instituto ( prédio ao lado), deficientes visuais, brincando de roda.
E na hortinha deles... Alface, cebolinha, couve.
Desliguei o celular.
REspirei bem fundo!

E me senti pequena! Pequena.
Vi o quanto sou abençoada.. o quanto tenho sido brindada pela vida e o quanto Deus me encontrado!

O quanto Ele tem insistido.

Buscado por novas cores. Pra colorir minhas paisagens.
Palavras amigas, que me cabem feito luva. 


"...
Eu já senti dores bem grandes. Dessas que reduzem todos os outros pensamentos a um grão de areia, restando só a imensidão da dor, como um mar que não parece ter fim.

A primeira dor bem grande foi no ballet.
Na ânsia de querer ser uma grande bailarina aos seis anos de idade me submeti ao esforço de um treinamento rigoroso.

Deitada no colchonete a professora ( Linda Linda - Cris) abriu minhas pernas até o chão pra que eu entendesse o que era “espacate”.

Eu não gritei... porque nesta idade eu era absurdamente tímida ao ponto de não falar.

A segunda grande dor foi a morte da Dona Ana.
Quando você é criança não entende muito bem a palavra morte até que ela leve alguém muito especial embora.
Desenvolvi um MEDO IMENSO de ver meus pais partirem assim.

Eu só entendi o que era morte quando vi ela ali no caixão, com uma tristeza silenciosa no rosto.

... Meu coração se partiu e eu só quis abraçá-la e dizer que não concordava com aquela idéia maluca de enterrar alguém que a gente ama dentro de uma caixa com terra em cima.

Eu queria ter dito que a amava!


Todas as minhas dores foram por amor.
De uma forma que eu ainda desconhecia eu queria estar inteira, mas muitas vezes o mundo não compreende a nossa intensidade.

A natureza das correntes que venho criando se unem para chegar a um único destino: ao profundo Amor, ao Amor espiritual.

Não sei quais palavras poderiam explicar esse estado e não quero simplificar meus sentimentos.
Só sei que o Amor nutre o espírito e alimenta a alma.
O Amor é uma nota musical.
È uma gratidão pela vida que emana do centro de cada indivíduo.
Eu preciso estar acordada, cada vez mais.

Preciso reconhecer as pessoas, as pessoas reais.
Seria uma dor bem grande ver todos adormecidos.
Seria uma dor maior ainda saber que não fiz nada para mudar isso. Esse é o meu esforço, e cada vez mais tenho certeza que é por isso que estou aqui.

E só por isto!

Por mais que eu tenha sonhado , desejado e esperado por todas aquelas coisas que já repeti e repeti aqui.
Tenho hoje a PLENA certeza, que meu ofício é outro.
É um mistério estar aqui.
Não vou reputar por perda todos estes sonhos.
A idéia do meu filho.
O sonho de Princesa... meus laços de fita.


Vou de uma vez por todas,
Seguir.

Prosseguir.
E amar as pessoas.
Cuidando.
Dando de mim!
Exercendo minha generosidade.

Deus me REsponderá!
QUando bem entender!!! rs
E fará o que Bem Lhe parecer!

Deitada na palma TRansparente de Suas mãos!
Desejando APenas Encontrá-lo,
Caminhando.

**


Eu vou parar e refazer o caminho.
Rever meus amigos... abraçar meus pais.
O coração desesperado.. eu vou silenciar.


Vou pedir com jeitinho para que ele se acalme. 
E só respire...


Esquecer de tudo! 



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