terça-feira, 29 de junho de 2010

Daysleeper


Ahh eu tenho me preocupado tanto... 
e tanto ...e ás vezes um detalhe tão bobo, parece que te expõe ... e te fala que tem sido tudo em vão...
EM  vão cuidar...
E pensar em dividir... 
* *   **   * * 
 3 horas da manhã,
O pessoal do estoque controlaram efetivamente o excesso.
As diretrizes estão publicadas.
Nenhuma chamada de reclamação,
Tudo está calmo.


Eu começo o dia de hoje com a notícia de um conflito
Minha noite está colorida com uma cinzenta dor de cabeça
Eu durmo durante a manhã

O touro e o urso marcam seus territórios.
Eles conduzem os cegos com suas glórias internacionais.

Eu sou o anteparo, a luz ofuscante
Eu sou o anteparo, eu trabalho durante a noite.

Eu começo o dia de hoje com a notícia de um conflito
Minha noite está colorida com uma cinzenta dor de cabeça
Não me acorde com tantas coisas assim...
Eu durmo durante o dia.

Eu chorei outra noite,
e nem me lembro o porquê.
A cafeína pura e fluorescente ilumina seu balanço furioso.

Eu sou o anteparo, a luz ofuscante
Eu sou o anteparo, eu trabalho durante a noite.

Eu começo o dia de hoje com a notícia de um conflito
Minha noite está colorida com uma cinzenta dor de cabeça
Não me acorde com tantas coisas assim...
A máquina oceânica está programada para às 9
Eu a apertarei em direção ao céu e a minha namorada.
Minha cama está me empurrando, gravidade
Eu durmo durante o dia.
Eu durmo durante o dia.

Eu durmo durante o dia.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Luz AntiGa!

E de silêncios eu estou repleta...
... Amarrando a boca, calando o corpo... silêncio que até cega os olhos...
Cala o coração... cala o espírito.. tudo em volta.

E conversando com uma amiga, me senti ausente de mim.
Como se eu não estivesse mais lá!
Ela foi capaz de dizer exatamente, sobre mim e aqui dentro,
que ando tão perdida , que me sinto perdida...
...Uma pessoa que não dá conta da própria vida!!
Que tem muito trabalho, que não sabe o que fazer daqui pra frente.... e que não tem tido inspiração pra nada  e muita vontade de dormir... hibernar até a próxima Era....

Que de manhã no espelho não gosto nada do que vejo, e falta tempo de fazer o que gosto... e quando encontro tempo, faltam meios... e quando reúno tudo isto, falta companhia...
... o café da manhã apressado e em pé...

A falta de cuidado.... de carinho consigo própria...
Todas estas coisas que se escuta a exaustão em conversas terapêuticas... entre amigos...

Porque de repente tudo era fundo, fundo ???
Porque de alguma forma, sem razão aparente perdera o sentido???
Porque tentando acertar errava tanto! ??????????

Porque era assim tão forte.... como conseguia ainda estar de pé!??????????

Era a ausência de escolha... justificava pra amiga... se parasse ninguém mais faria por ela... em seu lugar....
E era confrontada... com sempre mais um por que.
Porque não desistia simplesmente????

Pra entender que ainda existia Fé, e ainda existia amor no peito....
Que era só mais uma manhã de inverno ... mas o amor ainda estava lá... a vida ainda estava nela...
.... e a Fé...
Que hora ou outra o sol trespassaria nuvens ...
.. e sua árvore lhe brindaria de flores... brancas, rosas e lilases...
Quem sabe uma borboleta ou outra... quem sabe..
Canto de pássaro...

Lembrei do beija-flor sábado passado, que invadiu a casa onde eu estava...
Pra mim beija--flor é sempre sorte... e mudança...
FOi assim naquele dia ... em que tomei a decisão da minha vida...
Saí pra correr e ainda bem cedo dei de cara com um beija-flor morto.. e fiquei o resto do dia com o peito receoso.

Mas, se estes são ventos de mudança... que sejam doces... estes ventos...
Eu os aceito!
Eu abro o peito.. e respiro imensa... dentro desta esfera dourada...

De pé!
ou de joelhos...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Amor e Sonho!

Minha árvore florida, 
como nunca esteve antes... 
Ando ausente nestes dias, ausência que arrebata e arremessa saudades. 
ELegias minha!


Vida que não se mede.. 
... vida que não se esquiva... nem foge assustada... 
... vida sempre a serviço da vida!!


Primeiro dia de inverno. O céu se estende claro, de fulgores e brancuras... esqueço meu nome .. e caminho pelo meio.
Ausente de todas estas coisas  breves... 
Aguardando a vida começar... suspiro aquilo que deveria me acalmar.


Não sou feita de rascunhos.. nem de medos.. 
Mas sou toda coragem.
Sou escudo forte.


Os anos pesam demais no coração... e a vida vai deixando em cada esquina, caminho .
Tenho AMor no Peito!!!
Tenho palavra encantada... e sonho antigo amadurecendo no pé!!!
colho ROmance de tempo em tempo!!


Semente antiga... coisa só minha!!!!


O Sereno silêncio sou. 
E 
Estou humanamente em paz comigo 
Ternura! 

Paz que dói de tanta 
Mas orvalho! 
Em seus Renovos 

Estou e Vou, como Sou 

TErnura 

Maneira funda e cristalina Minha 
Água de remanso, mansa 
Brisa Suave... 
... Luz de Amanhecer! 

* * * 
NAs palavras da amizade branca de RAquel! 
Nas palavras de alento da maravilhosa Marla! 
Nos sorrisos dos Amigos. 

VOu encontrando minhas respostas e certa direção! 

Porque algumas vezes não somos capazes de ver com total clareza sozinhos. 
E é preciso conforto e abrigo.. VErdade. 
De poesia pra poesia. 

Como existe gente ruim nesta vida!!! 
Quanta pobreza de Espirito! 
Quanta falta e ausência. 

Minha música predileta no rádio. 
o Coração cheio dela. 

ESqueço as horas que gastei.. pensando e pensando. 
EScrevo. 

ADormeço, 
Pesadelo de novo. 
Acordo... me esqueço! 

Quanta saudades! 
Que saudades. 

Meu coração contrito. 
Tenho certeza que junto comigo, semana que vêm, alguns também mal conseguirão respirar. 
E os que estão longe... vão sufocar meu nome. 
Guardando no mínimo um pensamento destinado à mim. 

Mas a superação é minha. 

Mesmo com toda poesia dos queridos amigos. 
Dos cuidados e carinhos. 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Escutei sua Voz no Vento...

Atraso,
porque não sei me despedir de vc!!

Manhã Azul.. suspirando pela viração do dia... 
Leveza de encanto.. 
É meu o verde dos olhos... 

A manhã nasceu lá fora
O meu tempo é mesmo agora
Já vesti a roupa colorida
Na cabeça vem aquele verso
Sobre o meu novo universo
A canção que é minha preferida
Nesse rio sei andar na beira
Desvario é essa cachoeira
Trilha subindo a mata
A vista que me arrebata

Essa estrada me chamou
Eu vou
Caminho pro interior

Quaresmeira se encheu de flores
Já calcei o velho tênis
Não tirei nosso bóttom da mochila

Ter de novo sua mão na minha
A razão por que andou sozinha
Nem sei mais, um sentimento não vacila
Escutei sua voz no vento
Coração salta no meu peito
Estou de alma lavada
Não chove mais na minha estrada
Seu olhar já me chamou
Eu vou
Caminho pro interior
Seu olhar já me chamou
Eu vou
Caminho pro interior

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Fé , agulha e linha!

REpensando a vida.
O que foi feito dela... tentando encontrar sentido... tentando justificar qualquer medida...
Hoje eu acordei : ...

Como se não tivesse dormido nem uma hora.
Lençol novo na cama... edredon novo... tudo perfumado, engomado.
Desliza o pé , pra ver se o sono chegava.

Saio sem café da manhã... Sem maquiar... sem olhar pra trás....
é manhã daquelas que amo.
Céu todo azul ... ausência de nuvens... é frio...
Manhã de inverno.

Vou me deixando levar... e deixando vazar pelas ruas do bairro... que aprendi amar também.
Pelo qual sou grata!
Engraçado, como os sentimentos dançam dentro do peito..quando vc mais precisa deles...
Aqui sou vista como alguém.. Importante e de valor... sou elogiada.. sou apreciada... mas pelo resto do caminho... sou um detalhe na estante.

Sou mais um trofeu na prateleira vazia... sem critério de avaliação.. sou comparada e arquivada pelo meio.
Que bem onde encaixa a letra M ... do meu nome.

 Não importa o quão generosa vc seja.
Não importa quão especial são seus atos e feitos... vc é toda feita de metal... de ouro puro...
... e mesmo assim...

ESta cidade tem um efeito estranho sobre as pessoas.. Não existe obrigado, não existe Bom Dia!
Não... existe a falta total de respeito e a vontade de sempre se beneficiar do outro...
.. que seja em centavos.. que seja em segundos...

 Não me  intimido e não me deixo influenciar... continuo iluminando ... e sigo.
Sozinha...
ESta manhã, assim que entrei na empresa.. palavras da amiga na tela...
... dizendo que o Amanhecer é da Competência do dia.mas O poeta tece a paisagem!

ME atinge no meio do peito.
Vai amanhecer todos os dias... de um jeito ou de outro.. não importa como eu esteja.. não importa onde eu esteja.. Irá amanhecer mesmo que eu não seja... nem esteja mais aqui.
O que posso , e o que tenho feito é tecer a paisagem... é agulha e linha nas mãos...

Se um dia faltar força nas mãos, nas minhas mãos ... amanhecerá assim mesmo.

Noutro canto, Carpinejar dizendo que o Impostor é que tem necessidade de convencer!! Fala pelos cotovelos... esbraveja tentando convencer!!
Que Dissabor..
.. mas gosto quando respostas caem no meu colo.. sem que eu as procure.
Sem que eu precise delas pra seguir.

Firmo os joelhos... aperto o passo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Livre sob o Sol...

Eu ilumino meu próprio caminho... com cuidados e alentos que nem sei.
Não dou caso... se me deixo esquecer...

Algumas vezes tenho a certeza absoluta que passei a vida toda esperando pelo momento em que finalmente minha vida começaria.!!!!!!!
E neste começo existiria encanto... conto de fada... flor de laranjeira nos cabelos...
Seria um começo branco;

Depois de muito tempo aprendi que todo começo é branco.
Sem rasuras...

Um dia eu acordei com a sensação de quem acordara dum pesadelo... Pesadelo , de ter jogado tudo fora sempre assim.. sem muita insistência... com muita pressa...
Pressa imensa de chegar...
Sem saber que se não fosse nada daquilo... não existiria chegada... e pra sempre condenada a correr ... e vagar... e seguir...

APertei os olhos com muita força..  várias vezes ao dia .. desejando... orando.. pedindo... Que o Medo não me Paralisasse... e que eu fosse capaz... de seguir... sem que aquilo me imputasse a vida.

Também não sabia... que já havia morrido tantas e tantas vezes... que já tinha vivido tantas vidas... só me perguntava Quanto ainda, restava pra ser vivida!!!!!!!!!
EM verdade... e com toda simplicidade que um coração pode ter.

Já não sabia mais se podia crer que existia bondade de fato ali... até aquele instante tudo era tão contrário.. mentiras, descompasso, desperdício... engodos...
Era melhor não definir ... acreditar mesmo assim... e seguir... Que Deus lhe enviaria  um caminho melhor... uma maneira melhor... de atravessar... tudo ali.

E a resistência em acalmar o peito... o coração batendo apertado.. recusando o ar... recusando afagos...
Nem lembrava mais a ânsia de quem suspirava viver...
De quem sonhava com seu COmeço...
... quem desde menina escrevia em segredo pelos diários .. que desta vida queria apenas a Glória de SEr livre sob o sol..

Why can't we give love that one more chance! ??! !!??




Can't we give ourselves one more chance
Why can't we give love that one more chance


Why can't we give LOVE give Love give LoVE give love
GIve love GIVE love give LOVe give lOvE give loVE


'Cause love's such an old fashioned word
And love dares you to care for
The people on the edge of the night
And loves dares you to change our way of
Caring about ourselves
This is our last dance
This is our last dance
This is ourselves
Under pressure
Under pressure
Pressure 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

...sonhos que Ele nem sabe que tem!

... amo a pessoa que ele tanto almeja ser.. e os sonhos que ele nem sabe que tem! !!
***
...Engraçado... me lembrei direitinho ..
Foi a noite do dia 28 de abril,

Eu tinha saído do banho, de pijamas... rabo de cavalo. ... ele ficou me olhando.. com o controle do video game nas mãos.... e disse que eu estava bonita.
Me deitei ao seu lado, e busquei pelo meu lugarzinho no seu braço... 
... lugar que agora me pertence... é meu.. eu descobri... gosto de ficar passando a mão pelo braço dele... o lado interno do braço... e sempre adormeço...

Então , sabe aquela sensação de estar sendo observada... abri os olhos de repente... e ele estava me olhando..
Ele sorri com os olhos... sorri ... e diz que eu estava tão tranquila... tão bonita.. me dá um beijo... 
E eu adormeço de novo.

Com a certeza que este seria um daqueles momentos que eu não esqueceria... talvez nunca mais.
* * * 
Eu amo a pessoa que ele tanto almeja ser.. e os sonhos que ele nem sabe que tem! !!

RAiz da Raiz

Um dia ela respirou bem fundo , fechou os olhos verdes de gratidão mais límpidos,
Com o coração sonhava e pedia baixinho:

...Que encantamento e beleza
fossem brisa e calafrio, ventania de Cabelos esvoaçantes.
E habitassem  em volta dela.. todos dias... enquanto vivesse.
... Que o delicioso e bom
não tivessem esta escassa duração
DAquilo que observava por onde andava

- fogos de artifício, flor,
nuvem,  bolha de sabão,
riso de criança, olhar de mulher no espelho,
e tantas
outras coisas fabulosas
que, mal se descobrem, somem –
disso, com pena, Ela ainda menina já sabia.

se perguntava porque, Ao que era permanente e fixo
não se  queria tanto bem: ::
gemas de gélido fogo,
ouros de pesado brilho,
Estrelas
que  de tão altas não parecem
transitórias como nós
e não calam fundo na alma.
Não: parece que o melhor,
mais digno de amor, se inclina
sempre para o fim, beirando a morte.

E aquilo que mais lhe  encantava  –
... Notas de música, que ao nascerem
já fogem, se desvanecem –
são brisas, são águas,
Caça- feridas de leve mágoa,
que nem pelo tempo de uma
batida de coração
deixam-se reter, prender.
Era a dança na Ponta do pé!
E de tanto dançar ela já tinha os pés calejados..
Gostava de sentir a terra... o chão debaixo dos seus pés.

Som após som, mal se tocam,
já se esvaem, vão-se embora.
Nosso coração assim
leal e fraternalmente
se entrega ao fugaz, ao vivo,
não ao seguro e durável.

Não era  o permanente que lhe cansava
- rochas, mundo estelar, jóias –
Mas pensava que àqueles de puro coração,
 Almas de ar e bolhas de sabão,
cingidos ao tempo, efêmeros
a quem o orvalho na rosa,
o idílio de um passarinho,
o fim de um painel de nuvens,
fulgor de neve,
arco-íris,

borboleta que esvoaça,
eco de riso que só
De passagem  alcança,
pode valer uma festa
ou razão de dor.
Amava
aquilo que era semelhante à ela,
Todas estas coisas de Leveza e Encantamento de fada.
Todas aquelas alianças , emblemas.
Flores e flores de romance.
Broto do broto , raiz da raiz.

Tinha aquele dom desde menina
...de entender Os Rabiscos  que o vento lhe deixava na areia.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Chão da Infância!

Chão da infância. 
Quintal Enluarado... salpicado de pirilampo aqui e ali....
Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, misturado com o que respiro.
Firmo os pés com força... no chão de terra batida.
Descalços.
e a terra rindo embaixo dos meus pés... farta de sementes....


Abandonada de cuidados!


VEntania solta pelo quintal... tangendo cabelos... 
arrastando a poeira do chão...


Poeira cintilante... pelas frestas de luz  que apontam janela à dentro.
E vamos de mãos dadas... 
Ciranda de menina... sonho de princesa... melancolia de anjo...
Na saia do vestido, delicadeza e pôr do sol.... Cantando em segredo o que o coração suspira:  Nesta rua nesta rua tem um bosque... que se chama que se chama solidão... Dentro dele dentro dele mora um Anjo... que roubou que roubou meu coração....


Gosta da repetição dando enfâse naquilo que era mais bonito.
E da forma como aquelas palavras vão lhe fazendo carinho.


DE alguma forma sabia que seus dias seriam poucos.. e que suas batalhas seriam assim... sem feridos, sem prisioneiros... era viver e morrer.
E seguir.. e lutar... até o fim.
Solidão na planta dos pés.


Florzinha do mato... guardada entre cadernos.
Sonhos encerrados em diários... 
Diários esquecidos no fundo da gaveta...
....
Amava as coisas simples... as tarde de outono... de céu azul... rasgado
Caiado de azul mais límpido... 
De vento Cortante... 


Corria entre o tempo... arrastando silêncio e poesia....



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Distanciando-se de si mesmo...

Acordamos bem cedo.. parecia que ainda era noite... mas já não existia nenhuma estrela no céu.. 
Se observasse com cuidado era possível perceber... o azul do dia baixando devagar... 
E no desenho da estrada, fomos deixando preocupações e cansaço.


A ânsia de chegar acalma... e não inquieta. E no fundo do peito ia pousando a certeza...
... clara.. absoluta. 




As mãos dele escondendo as minhas... 


Não consigo dormir , mas ele tranquilo... fecha os olhos. Ainda com as minhas mãos entre as dele.
Abri na primeira página de um de meus livros prediletos.... mais uma vez.. 
E como aquelas linhas exerciam tanto poder sobre mim..
A história do rapaz muito amado ... Pressentia-se nele um sábio, um sacerdote, um príncipe.... Mas para si mesmo,  não tinha alegria. Para si mesmo não era fonte de prazer. Abrigava em seu coração o descontentamento. 
Sentia que o amor que recebia de todos nem sempre teria força para alegrá-lo.
 Também sentia que já tinha absorvido os principais ensinamentos , mas não eram suficientes. 
Questionava a validade dos rituais: “As abluções, por proveitosas que fossem, eram apenas água; não tiravam dele o pecado; não curavam a sede do espírito; não aliviavam a angústia do coração. Excelentes eram os sacrifícios e as invocações dos deuses- mas que lhe adiantava tudo isso? Propiciavam os sacrifícios a felicidade? .. E onde se podia encontrar , onde morava ele... a não ser no próprio eu, naquele âmago indestrutível que cada um trazia em si?” 
Insatisfeito com isso, ele se vai... pelo caminho.
Aprende a Jejuar, mas  Passando pelas cidades, olhava a vida nela com desprezo. “... nada disso era digno de ser olhado. Tudo era mentira, tudo fedor; tudo recendia a falsidade, tudo criava a ilusão de significado, felicidade, beleza e, todavia, não passava de putrefação oculta. 
Amargo era o sabor do mundo. A vida era um tormento”. 
O objetivo dele era tornar-se vazio, vazio de sede, vazio de desejos, vazio de alegria e de pesar. 
“Exterminar-se, distanciando-se de si mesmo; cessar de ser um eu”.
Quando se dá conta que aquilo era uma forma de fugir da vida e do eu. 
Então ele vai embora mais uma vez.
Até que muito triste mergulha dentro dele próprio.. perdido.. 
Sem fazer parte de nenhum grupo.






 Era seu desejo conhecer o sentido e a essência do eu, para desprender-se dele e superá-lo.
" Apenas logrei iludi-lo. Consegui, sim, fugir dele e furtar-me às suas vistas. Realmente, nada neste mundo preocupou-me tanto quanto esse eu, esse mistério de estar vivo, de ser um indivíduo, de achar-me separado e isolado de todos os demais, de ser ! E de coisa alguma sei menos do que sei quanto a mim!”
....
“O fato de eu não saber nada a meu próprio respeito, o fato de ter permanecido para mim um ser estranho, desconhecido, tem sua explicação numa única causa: tive medo de mim; fugi de mim mesmo! Procurei, procurei , sempre disposto a fraturar e a pelar o meu eu, a fim de encontrar no seu âmago ignoto o núcleo de todas as cascas. Mas, enquanto fazia isso, perdi-me a mim mesmo”.
....
“Olhou para o mundo a seu redor, como se o enxergasse pela primeira vez. Belo era o mundo! Era variado, era surpreendente e enigmático!
 Lá, o azul; acolá, o amarelo! O céu a flutuar e o rio a correr, o mato a eriçar-se e a serra também! Tudo lindo, tudo misterioso e mágico! E no centro disso tudo se achava ele, a caminho de si próprio...” “Não havia mais aquela multiplicidade absurda, casual, do mundo dos fenômenos, desprezada pelos profundos pensadores  , que rejeitam a multiplicidade e esforçam-se por achar a unidade...” “... O sentido e a essência das coisas não se achavam em algum lugar atrás das coisas, senão no seu interior”.
... “andei deveras surdo e insensível”...”Quem puser a decifrar um manuscrito, cujo significado lhe interessar, tampouco menosprezará os sinais e as letras, qualificando-os de ilusão... senão os lerá, estudá-los-á, amá-los-á, letra por letra. Eu, porém, que almejava ler o livro do mundo e o livro da minha própria existência, despreze os sinais e as letras, em prol de um significado que lhes atribuía de antemão. Chamei de ilusão o mundo dos fenômenos. Considerei meus olhos e minha língua apenas aparentes, casuais, desprovidas de valor. Ora, isso passou. Despertei. Despertei de fato. Nasci somente hoje.” 

Parei neste capítulo. Mais uma vez.E estava totalmente absorvida. 
Mais uma vez. 
O coração batia na garganta... e no canto dos olhos uma prece ia caindo devagar.
Era capaz de ouvir se quisesse , com clareza... Meu nome.
E minha oração ia enchendo a mente... os ouvidos.. o coração... 
Pensava em Deus com tanta força! Falava com ele com tanto amor!!
Precisava encontrar tantas respostas!!!

terça-feira, 1 de junho de 2010

sobre Desafetos e Despedidas...

VI a mensagem do texto novo da MArla...

... Engraçado estes encontros de poesia, de alma.. de coração.
De alguma forma , sem entender... sem saber. .. este texto já morava em mim... tinha endereço.
E eu ando em silêncio.

Ando Perdida.
Não porque não sei pra onde ir...
Algumas pessoas nasceram predestinadas a viverem assim... eu sabia de tudo. NUnca me enganei.
Fui valente o suficiente ... e tive amor o bastante para não arrepender nem olhar pra trás.
MAs os anos pesam demais no coração.... e o vento é frio...

Quando saí do consultório médico, e do coração feito em pedaços, fui prestar atenção.. em todos os sinais e respostas a volta.
EU consegui sobreviver no passado, encontrei mão estendida... me foi dado um coração... e eu o fiz meu...
Agora acho que não consigo mais... Porque eu Simplesmente não tenho um motivo se quer.
Entendi que daqui pra frente é Despedir!
É despedida.
Emprestando a tudo uma cor diferente... um toque de cetim...
um punhado de Vento...
Em cada canto , um lamento.

Da linda Marla, desatando intrincados Nós::


Não quero mais o beijo molhado, o derretimento castanho dos olhos, o sorriso sacana. Não creio mais em tardes febris ou saudades desesperadas. Tudo é verbo, verso, papo furado. Tudo pode ser rasgado, cuspido, jogado no lixo. Obra prima perdida em rasuras. Poesia sem calor de corpo. Paixão destituída de loucura. Fogo morto. 
Não quero mais o encaixe de tudo, o perfume da pele, a carícia dos dedos. Não creio mais em noites acesas, em madrugadas intensas, em manhãs de luxúria. Tudo é fome e desejo de saciedade. Tudo é espera por sabores novos. Displicência de afetos, perda de tempo, sexo sem vontade. 
Não quero mais sensações de eternidade, abraços pra sempre, sussurros de amor. Creio em frases desacompanhadas, em palavras cruas, textos sem autor. Tudo é falta de comprometimento, tudo é vácuo, vazio, relento. Tudo é falta de rumo, um peito apertado, tristeza sem dor...
*
Marla de Queiroz