domingo, 8 de março de 2015

Gratidão

Horrível,
pensava,nas profundezas dessa floresta cheia de folhas, a alma; 
Nunca estar inteiramente descansada, Nem inteiramente segura, pois a qualquer momento o vento podia estar movendo-se;
Medo que, especialmente depois da sua doença, fazia-lhe sentir um doloroso arrepio na espinha; causava-lhe uma dor física,
Todo o prazer da beleza, da amizade, do bem-estar, de sentir-se amada, de tornar a casa deliciosamente acolhedora, tudo vacilava e pendia, como se na verdade houvesse um monstro a roer as raízes, como se toda a panóplia do contentamento não fosse mais que amor-próprio! e aquele medo!

Esta casa que outrora lhe havia sido ofertada como castelo.. de uma história antiga e depois perdida lhe assombrava tanto e agora já não podia mais suportar.
A sala tinha suas paixões e invejas e raivas e mágoas
a sobrepujá-la e encobri-la, como um ser humano [...]

Seu modo mais profundo de ser é que se queria captar
e converter em palavras, o modo que para o espírito
é o que é a respiração para o corpo, o que se chama
de felicidade ou infelicidade. Mas não era sobre a casa mais que lhe doía.
Que lhe causava espanto.

Ou que este texto ou qualquer outro tinha alguma ou qualquer pretensão.
Nem sobre ela.

Era a gratidão imensa que sentia.
Se alguém pudesse nos salvar, teria
sido Você. E assim O Fez.

Perdi tudo que tinha  menos a certeza da Sua bondade, D-s
E tudo isto que reputei como perda na verdade me foi Ganho...

Meu pássaro raro ! Seguro! em meus braços!

Quando finalmente eu criar  coragem e desfizer aquele laço de fita.
Romper  o último detalhe daquilo que era.
Não olharei pra trás.

Tenho respirado Fundo.
Todos os dias. Com os olhos de gratidão mais límpido.
Já dando de costas para que não precisasse ver para onde irei.
Fica o perfume de angélicas.
E de Jasmim!