sexta-feira, 16 de maio de 2014

Vai Ser, vAi Ser

A árvore florida,
como nunca esteve antes...
Ando ausente nestes dias, ausência que arrebata e arremessa saudades.
ELegia minha!

Vida que não se mede..
... vida que não se esquiva... nem foge assustada...
... vida sempre a serviço da vida!!

Ainda é outono.
E o céu se estende claro, de fulgores e brancuras... esqueço meu nome .. e caminho pelo meio.
Ausente de todas estas coisas  breves...
Aguardando a vida ... suspiro aquilo que deveria me acalmar.


Tenho medo de ter medo.
Então não me escondo.. disparo contra o vento.
Deixo de medir.. deixo de contar.. não se trata de competir. É só meu jeito de esquecer, meu jeito de colocar a cabeça no lugar.
Enquanto caminho traço um plano.
Sei bem usar esquadro e compasso.

Não sou feita de rascunhos.. nem de medos..
Mas sou toda coragem.
Sou escudo forte.

Preciso ser!
Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser faca amolada
Canto!
A fé, a fé, paixão e fé, a fé,
Os anos pesam demais no coração... e a vida vai deixando em cada esquina, caminho .
Tenho AMor no Peito!!!
Tenho palavra encantada... e sonho antigo amadurecendo no pé!!!
colho ROmance de tempo em tempo!!

Semente antiga... coisa só minha!!!!

O Sereno silêncio sou.
E
Estou humanamente em paz comigo
Ternura!

Paz que dói de tanta
Mas orvalho!
Em meus Renovos

Estou e Vou, como Sou

Maneira funda e cristalina Minha
Água de remanso, mansa
Brisa Suave...
... Luz de Amanhecer!

* * *
NAs palavras da amizade branca de RAquel!
Nas palavras de alento da maravilhosa Marla!
Nos sorrisos dos Amigos.

VOu encontrando minhas respostas e certa direção!

Porque algumas vezes não somos capazes de ver com total clareza sozinhos.
E é preciso conforto e abrigo.. VErdade.
De poesia pra poesia.

ESqueço as horas que gastei.. pensando e pensando.
ADormeço,
Pesadelo de novo.
Acordo... me esqueço!

Meu coração contrito.
Mas a superação é minha.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Maternar

Mas eu que era só o vento...
era só um pedacinho de sonho, pés descalços no chão .

" Primeiro capítulo de outono"... disse ela, linda em suas palavras.
E, eu fiquei vagando.. perdida.. entre a segunda e primeira linha.. pensando...

Quem de fato eu era. Quem de fato eu seria... se minha história é esta.. e eu sou narradora de mim.
** * *******

Sempre acreditei ( e acredito), que toda mãe é um ser iluminado... não é uma pessoa qualquer.
É agraciada e de alguma forma, só por isto, ela alcance com tanta doçura o coração de Deus.

E confesso, já tive conceitos tão conservadores, beirando o preconceito sobre o tema, por exemplo, Como alguém não deseja ser mãe??? Como alguém não sonha em ter um filho??? Como é possível ser tão egoísta e querer viver assim, só pra si???

Claro, cresci. E tive pessoas queridas no meu caminho.. pessoas admiráveis.. mulheres que me ensinaram muito... e eu julgava, este não desejo de maternidade, como um defeito imperdoável, mas fingia não ver. Até que entendi. Até que aprendi. Enfim, me superei neste preconceito e pre julgamento.
E um dia eu mesma tive uma conversa franca com Deus... Se este sonho não se realizaria.. se eu não seria mãe... que Ele me ajudasse a aceitar isto e a viver... a ser feliz... Se esta não fosse a vontade d'Ele pra mim.

Comecei a olhar pra estas amigas admiráveis e me perdoar pelo julgamento....
... E desejei mais que tudo, Aceitar a vida como ela seria... Como ela era!!
E seguir.
Eu seria feliz, mesmo nesta versão não "idealizada" de mim. Já havia perdido tanto... mas respirei bem fundo e o fiz... lembrei imediatamente daquela pipa errante pelo ar.. e suas palavras desenhadas contando a história de alguém que se lançou a recolher desejos do fundo de uma fonte... Olhando o céu, estrelado, que mais pareciam cicatrizes ...
Há certos sentimentos que não são dominados por palavras... nunca serão.

Então vivi mais um milagre.


Da mesma forma, aprendi que é uma imensa tolice.. esta ideia que a mulher quando se torna mãe automaticamente se torna uma pessoa melhor. Altruísta. Capaz de colocar seu filho acima de qualquer coisa.
O que vejo são tantas mulheres falhando.. incapazes de colocar seus filhos acima tantas coisas.....e de si própria.. da vaidade ... do sentimento de posse.. do revanchismo.... do medo.. de todas estas coisas mesquinhas. Infelizmente, existe mãe que não é mãe.. pai que não é pai.. gente que não é gente!

Não sou do tipo de pessoa, que acredita que a maternidade se basta. Ao contrário.
Trabalho e trabalho muito... e no final do dia, ou na maioria dos dias passo todas estas horas, pensando na vidinha que deixei segura. Na pessoinha que estamos ensinando e preparando para viver. Saio de casa sempre com algo doce... que me faz forte pra enfrentar qualquer leão.
Que adiciona doçura à mim mesma.
Que me faz procurar a estrada mais segura para o caminho de volta.

Dia destes disparei contra 218km sem a mínima ideia de como chegar até o hospital que ela estava porque era só onde eu queria estar... era o único lugar do mundo pra mim naquele instante e nada mais fazia sentido... se eu não estivesse lá. E talvez este seja um bom conceito de maternidade, um certo impulso que te faz capaz de realizar qualquer feito, para poder amparar a queda de um filho... tomar nos braços. Te leva além.

O exemplo que quero deixar pra ela é este... que é possível superar tudo... que sim, contos de fadas existem e podem se tornar realidade... quem sabe!?

Que pessoas boas existem... que Deus é bom e não faz o mal.
Mas as pessoas algumas vezes sim! Que pessoas más também existem!
Que existe apenas um Caminho.

O que divido com ela todos os dias é poesia. Talvez este seja meu maior legado.
Dizer para ela que viver é isto. .. Viver é poesia!
Que a vida da sua mãe foi esta!

Nasci assim... sedenta de poesia...
E a vejo em tudo.. mas gosto de demorar os olhos, no que me enleva o coração...
... como o furinho do queixo dela.. ou o desenho do semblante dela quando encosta o rosto no meu peito..  o traço delicado frontal de olhos e nariz...
** * ******
Dizem que a vida é para quem sabe viver, mas ninguém nasce pronto.
A vida é para quem é corajoso o suficiente para se arriscar e humilde o bastante para aprender.


domingo, 4 de maio de 2014

O Pássaro

Noite enluarada de outono lá fora.
E sabia que mais nada conseguiria fazer se não dissesse as palavras que lhe insistiam o pensamento.
... AS primeiras flores de sua árvore surgiram... a maioria ainda brancas.. poucas já num tom avançado de rosa-fúcsia.

Era o castelo do passarinho que agora lhe habitava o peito.
Encantado, mágico... Azul como ele só.
E poderia escrever linhas e linhas pra falar só deste castelo..  construído de sonho, galhos e folhas, amor e flores encantadas que mudam de cor, com o nascer do sol. E do passarinho azul, que lá foi morar... e lá se pôs a cantar... a sua vida.
Mas não hoje.

Hoje, a menina só conseguia lembrar dos anos atrás.. do sonho e da certeza com que sonhava.
Agora o peito doía... doía o medo, doía o pensamento...

Quem já amou um pássaro??
Quem já amou um pássaro , sabe exatamente a doçura e o medo de amá-lo.

Frágil em sua pequenez... Imenso em sua doçura...
E ela fica ali parada, pensando que nenhum mal pode vir sobre ele... nada. É este o medo.  É este amor.
Que lhe calava a alma...  emudecia os lábios.
MAS que não lhe paralisava!!
.....

ERa dela este dom, este toque especial capaz de transformar tudo em conto de fadas...
Tinha aquele jeito enluarado... e mãos pequeninas capazes de imprimir poesia no dia mais comum... ..
Emprestava cores pro dia.
Espanava a poeira ... arrastava móveis... construía paisagens...

Jurava de pés juntos que se entristecesse era capaz de chover !!
Á todos que cruzavam seu caminho sorria uma cantiga... um mistério...

E quando fechava os olhos, seu maior temor era  uma vida vivida sem amor... sem poesia.
Tinha pavor de não ser ninguém nunca pra outro alguém...

... Porque afinal de contas, a gente vive para isto mesmo, para ser tudo para alguém um dia e para sempre... Oras!

TOdas as suas histórias, todos os seus contos... tudo que escrevera a vida inteira um dia desapareceu.
Se foi... como poeira.
Naquele dia sentiu como se toda sua vida tivesse sido roubada... assaltada... foi assim privada de suas alegrias, seus amores, dissabores, batalhas, tristezas...

O passado é esta coisinha que nem sempre nos faz bem... mas sempre queremos deixar ao lado... engavetado.. arquivado...

Mas enquanto olhava para página em branco à sua frente... e tinha aquela certeza feliz de que sua vida tinha começado daquele dia em diante...
... percebeu que a perda na verdade era ganho...

Não queria mais nada daquilo... não queria, por mais belos que fossem seus escritos, suas lembranças...

Porque tinha um pássaro dourado nas mãos...
... que tinha este poder, de fazer nova todas as coisas.
Todos os dias... tudo se fazia novo... e outra vez.

A menina e seu pássaro, a menina e seu sonho....
E além das cores que dispunha, agora existia canto...

E ela era Tudo pra este passarinho...
... nunca mais estaria só...
Se viu livre do seu maior temor !

E o que valia era agora... era dali por diante...
A menina e seu pássaro azul.

Sentia como se não existisse mais nada além.
Além daquele instante único e todo dela...

O azul do céu... as flores que pendiam do galho da sua árvore...
...o canto magnífico de seu pássaro...
........ as estrelas todas elas caindo devagar...

E Aquele anseio de repartir esperanças !