quinta-feira, 29 de abril de 2010

e Quem não é um ACaso na Vida?!???

.. de repente eu me vi assim. 
Parada, janela à frente... olhando o outro lado da rua, parado,
..um passarinho no fio olhava fixamente pra mim! 


A garoa fina era que pousava mansinho... silenciosa. 
Perdida no meio.
Parada ali.


Tivera tanto jeito com as palavras, tivera tanto cuidado com os detalhes a sua volta. 
E por tudo isto lhe magoava tanto ser medida e resumida desta maneira.
Era tão infinitamente maior .


E o passarinho ali, na metade do fio...
Faço força para tentar lembrar de mim... onde eu estava aquele dia... o que eu fazia...
..será que estava triste..será que sorria...
Onde eu estava aquele dia?
...com quem estava... será que era ensolarado o dia... 


Onde eu estava naqueles mesmos dias.... 


Buscando por mim mesma, me vi mais jovem, mais segura, mais bonita, 
Indagando:::
...e , Quem não é um Acaso na vida??????!!!!!!!!!!!


Eu sabia grandes verdades. Vivia por elas.
Hoje sou absolutamente Nada. Ninguém...


Você pára um segundo e percebe todas as coisas que deixou de fazer por si próprio.
Vê que no fundo de todas as coisas sé existe uma única verdade fria, se está sozinha.
Todos nós vivemos em solidão. Naquela hora escura, no silêncio absoluto.

Para onde foram todas aquelas promessas e bem aventuranças.?!
Para onde foi sua coragem!?
O que se fez da sua vontade!??

E tantos outros segredos... que, certas vezes não se confidencia nem ao diário esquecido no fundo da gaveta.
Porque escrever, faz estar neste lugar “profundo” que falei acima.
Faz voltar em cada parte. E repensar e re escrever.... e olhar com um outro olhar .
Aquele literário e poético.
Sempre melancólico.

Não só narrativo...
Mas descrever estando num lugar onde ninguém jamais esteve.

Que tristeza tão grande!
Que solidão desesperada; é  o peito dolorido.. apertado...

Eu, tola, que pensei estar à salvo.
Eu, pretensiosa, que acreditei. 


terça-feira, 27 de abril de 2010

Flor de LAranjeira...

noite
me pinga uma estrela no olho
e passa ••••

duas folhas na sandália

o outono
também quer andar •••

hoje à noite
até as estrelas
cheiram a flor de laranjeira


**********
tarde de vento
até as árvores
querem vir para dentro...


Então desfaço o embaraço..'desato o tempo..
Desato a sandália... descalça apoio na ponta dos pés...

da poesia dELa!!


O que foi feito dela...

dos sonhos dela..... da casa dela...
do vestido dela??

O que foi feito das flores dela?

Tanta delicadeza...tanta poesia.

ELa já foi amor um dia.. e cuidados ... jardins secretos.
Fugas e sonetos.
A menina translúcida passa.
Ve-se a luz do sol dentro dos seus dedos.
Brilha em sua narina o coral do dia.

Leva o arco-íris em cada fio do cabelo.
Em sua pele, madrepérolas hesitantes
pintam leves alvoradas de neblina.

Evaporam-se-lhe os vestidos, na paisagem.
É apenas o vento que vai levando seu corpo pelas alamedas.
A cada passo, uma flor, a cada movimento, um pássaro.

E quando pára na ponte , as águas todas vão correndo
de volta para dentro dos seus olhos.

QUem lhe comprará um RAio de SOl??????????????

sábado, 24 de abril de 2010

Raio, Relâmpago e TRovão...



Esqueci o sonho, o relâmpago, o trovão,
a chuva, o vento assobiante até mais não.


Esqueci o sol, o vento, os passos,
as lutas por dentro, as letras em laços.


Esqueci o prazer, o violino, a melodia,
e também o sempre eterno presente que se adia.


Numerosas noites adormeci sem pensar
que a Alma e o dentro poderiam perdurar.


Assim esqueci tudo aquilo que me rodeia
Fugindo, perspicaz, me ESQUECIA..


Esqueci hoje o dia, esqueci-me de olhar.


Esqueci de escrever, esqueci de respirar.


E assim, aflita, para que continuasse a viver
Foi preciso que chegasse e não me fizesse esquecer.
* * 
E eu
Olho para os pés... a curva acentuada.


... Filha dos passos desnecessários que persistem na memória, torna-os curvos e esguios, conferindo-lhes um aspecto quase frágil. 
É aqui que persisto, que a luta contra a gravidade se torna a luta incessável dos dias que morrem em fila, ordenados. 
Olho os pés como quem olha uma escultura. A forma da carne, dada pela maneira como se veste nos ossos, parece esculpida por uma história de passos. 
Os que foram dados, e tantos que ficaram por dar. Contemplo. 
É quase como se o olhar pudesse quebrar tanta fragilidade... E no entanto é a fragilidade que segura e suporta, a fragilidade de um pilar.
 Gostaria de aparentar fragilidade e, ainda assim, ser pilar?..


( fardo dolorido de uma vida inteira, tão curta... tão breve...)


Há quanto tempo não ouvia a música. 
E agora soltava-se por entre os cabelos e sentia as notas cravadas no coração aberto. 
Não o coração aberto metafórico, mas sim o coração aberto visceral. 
Com muito sangue e pausas de dor. 


Por isso é que as pausas têm tempo. Por se poderem transformar numa solidão interior, num eterno e ritmado dilacerar da carne rasgada.

Dante a música ía e vinha... ía e vinha... Até que um dia foi, e o caminho enrolou-se atrás da última pegada. 



Agora não era um mero ondular, não era suave. A música chegava violentamente, atacando o corpo despido de qualquer defesa, que a cada nota, a cada som, a cada timbre, se entregava, sem se importar em saber qual seria o toque final. 


E o toque final não vinha. E o corpo quase terminava antes da música, em luta com o ritmo, com a vibração do som.

A música chegava agora de modo insuportável. 

Sobrepunha-se aos gritos mudos. 
Em silêncio...Ali  Parada!!


Presa!!
Era o coração que arrancava dela a própria vida.


Precisava morrer um pouco mais e outra vez...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

...como Se nunca Tivesse VIVIDO !

O dia já ía longo, quando  sentou na velha cadeira de madeira junto à janela baixa. Sem se inclinar no parapeito ou sequer se chegar muito ao vidro, do lugar onde se sentava via apenas o azul do céu e também uma pequena parcela do topo da folhagem das árvores. 
A vidraça estava semi-aberta e por isso o som entrava como fazendo parte do corpo que, sem querer, ondulava ao som da quase-melodia.


E ELa  semi-cerrava os olhos e fingia não saber que som ouvia. 
Eram as folhas roçantes, um som de fundo indefinível, as vozes que se misturavam até não parecerem mais vozes. As que se aproximavam. As que se afastavam.
 Os choros e os cantos, os cantos e os choros. 
Juntos. 
Até não serem mais tristeza ou alegria. Rancor ou mágoa. Ou sequer arrependimento ou culpa. 
Não eram nenhum e, contudo, todos simultaneamente.
Com os olhos semi-cerrados, imaginava uma nova língua, inventava palavras, sons e entoações. Transformava o som metálico em instrumento musical. 
Gostava de compartimentar a realidade. Ou então misturá-la até se tornar indecifrável.
As pálpebras ficaram mais pesadas como se fossem puxadas pelo sol que insistia em descair na direcção do horizonte. 



E com eles, todo o corpo que vergava mais um pouco na direção da janela.
 O sono vencia, as pálpebras desciam. 
 E ela à janela preferiu adormecer. 


Preferiu sonhar e amanhã continuar a imaginar, a inventar músicas indecifráveis da realidade que não o era. 
A menina inventava, porque não compreendia.
 Não compreendia como se podia morrer como se nunca se tivesse vivido.


* * *
Vesti Como luva... as palavras da amiga..

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ar LiVre...



Só um pouco de AR !

...

No coração... que têm batido descompassado e apressado,

Como se quisesse partir desparado... correndo.

No pulmão pequeno e apertado.
Só respirar!

Ah hoje eu perdôo todo mundo!
Perdoei! Já foi!
E quer saber, se a vida é esta e precisa ser assim. Então que seja!

Eu respiro de novo!
Eu me ergo de novo!
E caminho!

Triste é não chorar
Sim, eu também chorei
E não, não há nenhum remédio
Pra curar essa dor
Que ainda não passou
Mas vai passar!
A dor que nos machucou
E não, não há nenhum relógio
pra fazer voltar... O tempo voa!

Triste é não chorar
Sim, eu também chorei
E não, não há nenhum remédio
Pra curar essa dor

Que ainda não passou
Mas vai passar!


A dor que nos machucou
E não, não há nenhum relógio
pra fazer voltar... O tempo voa!

Eu não suporto ver você sofrer
Não gosto de fazer ninguém querer se abster do
passado
E o que passou, passou
E o que marcou, ficou

Se diferente eu fosse será que eu teria sido amado
Por você, por você
...

Revirando cadernos antigos.

A menina translúcida passa.
Vê-se a luz do sol dentro dos seus dedos.
Brilha em sua narina o coral do dia.
Leva o arco-íris em cada fio do cabelo.

Em sua pele, madrepérolas hesitantes
pintam leves alvoradas de neblina.

Evaporam-se-lhe os vestidos, na paisagem.
É apenas o vento que vai levando seu corpo pelas alamedas.

A cada passo, uma flor, a cada movimento, um pássaro.
E quando pára na ponte, as águas todas vão correndo,
em verdes lágrimas para dentro dos seus olhos.
*
Ar Livre - 


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segunda-feira, 19 de abril de 2010

O peito era maior que o céu aberto!

Da minha janela o céu era regular e tingido de azul... da árvore bem  de frente... um passarinho piava, chamando sua mãe.


Manhã de Outono daquelas.Linda! Perfumada.
Eu não sei explicar como, mas a noite passada , nos braços dele, tudo era perfume. Era cheiro de JAsmim! Doce! 
E aqui no escritório, o perfume impregnado na pele, suave... doce... 


O peito era maior que o céu aberto.
Parávamos. E sabeis
Que o que contenta mais o peito inquieto
É olhar ao redor como quem vê
E silenciar também como quem ama.

(Hilda Hilst, sempre!! Minha voz!)


COmo hoje é um dia daqueles!!! E ando as vésperas de saídas e soluções.
Porque tenho uma suspeita. E Sandra tinha razão, eu temo tanto quanto sonho isto. 

E estou de silêncios.
Silêncios Silêncios.


Então uso as palavras da amiga de alma, querida Marlinha.
Hoje ela é a minha voz:::::]

Não quero mais ser apenas a mulher fatal, aquela que desatina juízos, desarruma e transforma a tua vida num redemoinho doce.

Quero ser também a tranqüilidade das tardes sonolentas depois do almoço, a fluidez das horas ociosas.
Quero ser canto, colo, aconchego, rotina e abrigo de paredes concretas.

E uma ponte para o exterior quando a madrugada inquieta...

Quero permanecer mais do que estar, sem me preocupar pra que direção o vento levará teus desassossegos.

Mas, deste caminho que te apresento, faço do convite esta certeza de mãos dadas só no início... Pois há algo que mesmo quem teme , ignora: é possível que a estrada seja engolida: pelas águas, pelo cansaço, pelo desperdício das horas, pelos indícios.

Não acredito mais na idéia de amor romântico, por isso, perdoa se te transformei no homem da minha vida, eu deveria ter deixado que você se tornasse por mérito próprio.

E se percebo que não há garantias é porque nunca as tive: nem nas ausências, nem durante a mais intensa companhia.

E destes gritos que abrangem um mar inteiro numa breve manhã ou numa tarde sem carícias, me desvencilho.
Quero saber que você existe, que já esteve em mim e comigo, mas que é tão livre para ser quanto eu sou.

E que esteja e seja matéria ou substância etérea sem me machucar com tua existência sólida.
Não quero que nada sobre você me pese nos dias e nem que a saudade me faça acordar com o olhar mais triste que já tive. Quero saber-te pleno e estar feliz por isto, seja lá qual for o motivo.


Quero saber-me plena e casada com o amor, mesmo que você já não seja mais o foco.

Há muito alvoroço de mar em mim, deixa que eu viva e escreva por esta Natureza.
(Nasci explícita para que mingúem me guarde num segredo.)Sou permanência e transitoriedade. Sou reminiscência e novidade.E sei e sinto e vejo mais do que gostaria.

E, se isto me orienta, também me angustia.

Você sabe, às vezes me falta destreza.

E para que não seja sempre assim tão ácido,

Não sejamos nós,

Antes, sejamos laços:

Desses que se atam e desatam com delicadeza.


Céu Aberto.
Peito Aberto... 
Perfume da manhã... PErfume de beijo ... 
história  de amor. 
Canto de amor... 

sexta-feira, 16 de abril de 2010

MeTal contra NuVEns...

... sem entender de onde vinha...
Acordei com toda letra da música na cabeça... palavra por palavra....
QUe me vestia feito Luva!


ERa minha vida descrita, cantada... e em poesia fluida.
Acordei muito cedo como de costume, dormi pouco.
E de ficar olhando pro teto branco, perdi a hora.
VEsti correndo um jeans,camiseta branca, cachecol azul turquesa.Rabo de cavalo.
SEM maquiagem, juntei bolsa+celular+chaves e saí.


Enquanto caminhava com pressa... escutava baixinho... "quase acreditei!!... quase acreditei..."


Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

...
Mas a manhã era daquelas de Outono ensolarada... sexta feira.
Imaginei o pôr-do-sol que viria....rs..
E desejei que chegasse logo. 
Na viração do dia, no ascender das velas...  preciso trazer luz pra dentro de mim... pra cada cantinho aqui dentro... 


Porque Fui feita pra isto mesmo... Pra iluminar... não importa quão escura esteja a noite.
Em cada esquina que eu dobrava, uma frase destas surgia.. e um pouco de mim eu encontrava.
REvendo como  filme, em câmera lenta, algumas coisas que vivi... que atravessei.
Algumas coisas pequenas que parecia detalhe sem importância.
E doeu o peito.


Entendi que hoje preciso fazer silêncio ! 
... 
Metal contra as Nuvens...





Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.
Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.
Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.
Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.
II
Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.
Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.
Olha o sopro do dragão...
III
É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.
Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.
Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.
IV
- Tudo passa, tudo passará...
E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.


quarta-feira, 14 de abril de 2010

..manhã de Outono...


SEmpre que repetia a música...sei lá se era a viola, ou a voz rouca e pouco melodiosa...
SE era a lembrança da primeira vez que a ouvi... ou se tudo isto ao mesmo tempo... dava o tom correto pro que viria...

Algo por dentro, lhe dizia manso, APressa-TE!
Corria a hora solta... com avidez desesperada... fugia dela...
E lembrava com perfeição... cada detalhe seu.
Suas cores de Outono... dentro e fora...
E aquele vento...
...e aquela VEntania...

Que abria caminhos ...

Gostava de caminhar assim... de mãos dadas com ele.
Entre horas e horas de silêncio.
Acordada.
Era isto...

Nascida delicada feito uma tarde de outono.
Ando pensando em sonho.

Procurando por palavras nunca ditas.
Tentando lembrar O Caminho.

Sozinha porque queria estar.
Porque assim escutava melhor.
E é assim que deveria ser.

Mas confessava desejar ardentemente um Amanhecer tranquilo.
Um dia claro.
Ventania fresca...
...o mar confuso me seguindo.

E Gaivotas bem branquinhas deslizando;

Um pouco triste estava...

De tanta luta.
De tanta briga.
De tanta busca.

Precisando de Abrigo!
Precisando de Conforto!

Cansada de encerrar os dias.
CAnsada de esperar.

Queria um grande Final.
Um final de conto de fadas.

Amanheceu assim.
Com os sonhos e todo resto engasgados na garganta.
Presos.

Pensando que a vida será sempre esta.
E ela esta!

TRiste esta manhã!
de Outono.

Feito ela!

terça-feira, 13 de abril de 2010

o mEniNo AzuL

A Nature Boy...


Adormeço por ti... 
e me esqueço... todos os dias... ao redor.
A porta entreaberta... a tarde solta.. a manhã ainda fria de outono.


Coisinha selvagem aprisionada em gaiola.... aquela melancolia que a descreve.. mas que não se sabe de onde vem.. nem onde se Fia.


E o menino azul ... vai refazendo seu caminho. 
Enquanto ela dança com o vento... e leva o caos da sua própria respiração... 
... seu coração esquecendo como bater.


Verdade que se desnuda e que se refugia.






Quem dera se lá pudesse viver... Tempo sem tempo,
.... espaço sem Lugar.
O Tempo vai e vem.. e no espaço que sonho, não permaneço ....
Espreito, no intervalo da noite,
O meu cavalo com asas,
Lá, nesse eterno lugar,
onde afinal vou... e me deixo ficar.



Então deixo a porta entreaberta....
e ADormeço... adormeço por ti.


Penso que gostaria de ter tido mais tempo, passeado mais, viajado mais, conhecido mais lugares... ter estudado mais, conversado mais, convivido mais, dançado mais. 
Gostaria de ter ajudado mais, de ter tido mais tempo para mim, de ter amado mais e de ter sido amada mais. Gostava de ter lido mais livros, beijado mais namorados, sido menos tímida, menos pessimista, menos agressiva.

Gostaria de ter cheirado mais flores, abraçado mais pessoas, ter sido menos bem comportada. 

Gostava de ter pensado tanto, gostava de ter sentido mais.

Fez uma lista de tudo o que gostava de ter feito mais e menos na sua vida.

 Assim como uma lista de supermercado, diferindo desta pelo fato de não poder comprar um passado diferente.

No entanto, embora ainda não  saiba, não DESEJO realmente ter feito todas essas coisas... DESEJO poder desejá-lo agora. 



O que fez enquanto não fez tudo o que supostamente desejava?
Apenas  Construíu continuamente infindáveis listas como esta...  e todo este tempo... 
... agora era isto?


Adormecida... esperando... ESperando.
pelo menino Azul... que não sabe ao certo de onde vem nem pra onde vai... 
Que não sabe se é príncipe...se é só estrela... se é só Menino...
... que não deseja nem gostaria... 


Menino Azul... Nature Boy....




domingo, 11 de abril de 2010

QualQuer coisa Natural.

Lendo o presente.
Tentando encontrar e acreditar no melhor caminho.
... que todas as coisas não precisam de um  grande porquê.... que nem tudo deve ser e / ou será pra sempre.
 Que muitas vezes aquilo deixamos pelo caminho... aqueles pedacinhos que caem do bolso enquanto distraídos seguimos.... ou todas aquelas migalhas e farelos que vc vai deixando cair sem poder evitar...
...  estas coisinhas, sem muita importância ... são aquelas capazes de mudar sua vida e vc por completo.
Num instante qualquer.

ESTava sentada  esperando noite destas... enquanto estudava ... parei por um  segundo e ouvi fora de mim :
" Eu não vim até aqui pra desistir agora...!"

AChei um sinal.
E fiquei pensando. Pensando.
É verdade que ando muito sentimental.
Ando por demais sensível.
E perdida.

O aniversário foi perfeito.
Tive verso encantado... poesia pra alimentar sonhos de menina e flores...
FLores que Guardarei por certo tempo.

O abraço do meu pai... mesmo atrasado. E o beijo da minha mãe.
Difícil é seguir só.
É ter que caminhar assim... por mim mesma.
Eu andava pensando em desistir.
Ir embora pra onde????????????

quando vc sente que não pertence a lugar nenhum... quando parece que não existe mais lugar pra vc no mundo???????!!!!!!!!!!!!

Perdida com as lembranças e os sonhos que eu teci.
Entre paredes listras e cores.
A casa que eu amei e cuidei por tanto tempo.. abandonada.
Eu não consigo imaginar ... como seria...
só restou o tempo...
Sei que a vida se refaz.
Sei que a vida continuaria e continua... pra todo resto.
E mesmo assim  ainda sonha com um dia em que vc é Essencial. É o ar.
É a absoluta urgÊncia.

Mas eu sou só o vento.
Sempre isto.
qualquer coisa que se desfaz.. Só o vento la fora...
tangendo cabelos... balançando varais... levando folhas caídas de outono.
QUalquer coisa natural.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

um dia Azul!

Meia noite no relógio... caminho até a porta do banheiro e dou três batidinhas... ele com o cabelo cheio de shampoo... abre.
Me olha de volta e sorrindo.. eu falo as horas... Ele sorri e me beija.
ME deseja Parabéns... Felicidades... me beija.

Foi difícil pegar no sono... ele leu  e leu.. e o sono não me alcançava.
Enfim adormeci em algum lugar entre o tempo.. e a lembrança : eu muito pequena, descalça, braço de bailarina, girando e girando, vestido azul....
Minha mãe penteando meu cabelo... dizendo que fico linda naquele vestido. Meu pai, me pedindo pra viver.
E não partir.

Toca o telefone muito cedo, do outro lado a Voz do meu pai, sorridente, dizendo que exatamente naquele INSTANTE alguns anos atrás eu nasci.
rs Que fui a menina mais linda e mais brava do berçário daquele dia 8 de abril.

Ele fala pra eu voltar a dormir.. e deseja Feliz Aniversário!
Não durmo mais...

Ahh verdade, não queria ir trabalhar..rs.. Queria ficar quietinha... e saborear cada pedacinho de alma destes.
Cada um.
O amor dele... as palavras do pai.. as memórias minha.... o carinho dos amigos que começaram a chegar de madrugada parece... rsr

Eu quis chorar..
De gratidão.. de ternura.. Pode isto???
É , não é só qualquer coisa triste que chora... Algumas vezes, muita ternura faz chorar também.. e doçura... e gratidão.

Fiz uma oração.
Enquanto ia pro trabalho, conversava com DEus.. e agradecia.
Por cada dia... por cada pedaçinho dentro deste dia.. por cada minuto dEle... em mim.
Pelo caminho eu dizia... pra Ele... que não tinha um pedido.
Um presente!!

Eu estava feliz!
EU só precisava de mais dEle.
...

GRande silêncio.. dentro do peito...
O coração batia.
...
No trabalho, muito abraço, muito beijo.. Carinho... Eu já tenho tanto carinho.
Escorre uma lágrima aqui.. outra ali.
Ouvido cheio de música... presente!! rs

Hoje é meu dia... e o céu de repente se fez todo azul.
A chuva foi embora...
... e na minha mesa um girassol...
* * *

Do céu ,explendorosamente bordado de Estrelas pela CRis ::

"....Como não era de curtir tristezas, pescou uma
estrelinha do céu, botou na testa e acendeu a alegria."
Um girassol na janela

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Caderno terapêutico...

Caderno terapêutico.


Me deixo um pouco nos detalhes do que vejo.
Cheguei cedo no trabalho.. tenho dois prazos, tenho uma reunião importante....
mas é  Véspera de mim.
REspirei fundo enquanto ia porta adentro.
 Ahh, deixei cair os ombros....
... minha mesa revirada...


A nini na casa dos avós.
E a saudade e a tristeza de estar sem ela. Meu filhote de Leão...


Pensei!!! em FLores!
Penso em Camélias hoje.. em Jasmim.
TOca o telefone....CArinho na alma.!


O email dele na tela .... mais parece um presente....Um vaso Lindo e enorme de Flores..
E me enche o coração.


SOrriso de gratidão!
COnversa gostosa com os amigos do trabalho...
Tomo um copo de água morna... e dou bom dia pro resto do mundo.
lá fora o som de britadeira... é a obra da esquina.... martela martela... e a cabeça apita.
Aqui dentro é frio.


As mãos geladas...
Abro um documento, reviso anotação... refaço a fórmula... apago uma linha...


***

 noite
me pinga uma estrela no olho
e passa
     ••••

duas folhas na sandália

o outono
também quer andar
     •••

    hoje à noite
até as estrelas
    cheiram a flor de laranjeira


**********
tarde de vento
até as árvores
    querem vir para dentro...



Então desfaço o embaraço..'desato o tempo.. 
Desato a sandália... descalça apoio na ponta dos pés...