quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

e Assim por diante...

" Mas amar é querer que a alma do outro seja feliz, não importa como, onde e ansim por adiante..."

                                        Hoje é dia de Marília!! ( MAria) ;)

E era assim que seguia... vida afora... adiante e além....
... carregava entre as mãos, espremida, preciosa semente.

FOi numa noite destas de outono que ganhara de presente... foi o Vento quem veio baixando devagar até pousar em suas mãos... aquele pózinho de estrelas... que a menina resolveu plantar.

Era menina cheia de fé, achava que tudo e qualquer coisa que depois de morto fosse plantado... viveria novamente... daria pé de sonho... cresceria....
...

Seria o que deveria ser e Assim por diante!

Ela caminhou até seu jardim, na terra orvalhada, cavou um buraco fundo, e deixou ali... aquela poeirinha ... sua semente!

E não foi que noite após noite o sereno caía... e do chão brotava o que olhos nenhum jamais viram....

E a cada manhã a menina corria pro jardim, tentando adivinhar o que da terra crescia....

_ que sonho era aquele.... que vida era esta.... capaz de mudar o curso da sua ??????

De um dia pro outro, crescia e crescia.... e o tronco ainda era novo... mas as raízes eram tão profundas....

Foi quando a menina percebeu... o quanto sua vida agora estava ligada aquela semente... aquele grão de sonho ...

Ficava pensando , apreensiva, pelo dia em que algo ali florecesse... ou lhe perfumasse.... quem sabe sorrindo... só pra ver a menina chegar.

Ventania Solta, Ventania...
... passeou por todo canto... e um grãozinho de sonho ... jogado à morte... trouxe pra menina...

A mesma menina de mãos pequenas feito a chuva.

CErta noite ela passou por ela ... e sussurrou baixinho .... _ FOi um menino de olhos amEndoados e corAção partido... foi ele... quem mandou te entregar!

A menina arregalou os olhos e despertou do sono ... procurou por um canto e por outro.... achou que sonhara.. cobriu novamente as orelhas... e fechou os olhos.... desejosos de voltar pra dança que seguia...

Era sempre este o seu sonho.. uma grande valsa... e sinfonia....

Na manhã seguinte, como de costume , correu pelo jardim pra dar bom dia a suas flores... e quando olhou sua semente... que agora era uma árvore... aberta em flor....

Coloridas do mesmo pé!
Ela suspirou de amor.... e sentiu o coração pulsar na garganta....
... se apaixonou .... pelo que ainda não conhecia!

** *** ****

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

...nes gadol hayá sham....

Como podia dizer que não acreditava em milagres...

... quando empalidecia diante de dias que se findavam desta maneira.

A vida era por demais preciosa e seguia sempre a serviço da Vida...

.. caminho a dentro...

Quando era menina, pensava que era apenas uma pequena voz, no meio daquele coro ... e não faria diferença;
mas
Isto nunca a impediu de cantar...
Cantava! Cantava pq no peito algo transbordava!

Pq tinha tanto tanto a agradecer... e já não queria pedir mais nada.... além de estar ali, naquela presença Calma e profunda;

Nem mesmo quando lhe roubaram todos os seus sons   e pareceu que um silêncio imenso apoderava-se dela...
... um dia chamou outro dia, e mais outro...e  mais outro.

o coração bateu descompassado... quando se deu conta... que grande milagre acontecera lá!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

HaLLeLuJah

E não é que era aquele o som que vinha do seu próprio coração!?
... ficou admirada um tempo, não que aquilo fosse qualquer imprevisto, pelo contrário, era algo tão familiar... e foi a surpresa, doce , que a enterneceu.

Era aquela doçura imensa, derramada sobre ela... Ungindo cabelos, escorrendo pelo pescoço como um adorno... 

Bálsamo e conforto!

FOi naquela noite, em que reencontrou amiga tão querida e preciosa que olhou nos olhos da menina e disse: _ Me deparei dia destes lendo aquele salmo teu! Ai pensei, é dela! Acho que foi ela quem escreveu!!! 

A menina sorriu diante de tanta doçura e verdade. E lembrou , palavra por palavra! 
Apertou as mãos da amiga com carinho e doçura que ela merecia, e segurou uma lágrima no cantinho esquerdo do seu olho.

FAlaram de coisas antigas... de um tempo e lugar tão distante quanto as estrelas naquele céu sem nuvens... negro.

Precisei me esquecer para sobreviver! 

Fez uma pausa grande e respirou bem fundo.... pra continuar... PRa explicar e dizer, que naqueles dias, ela não foi capaz de continuar... no mesmo lugar, e as mesmas pessoas.. por mais queridas e amadas... 

Então , ela começou a caminhar... e caminhar... e passou por coisas e lugares que lhe forçaram a curar o coração!
Arrancou do peito, o tormento e a tristeza....
FOi assim que despediu da amiga com ternura!
... 

e Enquanto caminhava .. sozinha... pela avenida que não era sua... era um sorriso e um afago que sentia por dentro... um carinho ... e a voz suave... lhe cantarolando nos ouvidos... aquelas melodias que já tinha escutado antes.
E que tantas horas e noites lhe serviram de oração e clamor . 

Sem pressa alguma de chegar!
... mas respirava todas aquelas notas com seu coração... 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

pra EncOntRar....

.... andava em círculos, sem saber pra onde ir... sem saber onde queria chegar.... 
Sem saber qual caminho deveria tomar.... 


Andava em círculos então, presa, naquilo que era só um caminho... 


Era só um caminho, e sorria!
Melhor que sorrisse... 
... seus olhos já eram pesados de cansaço, não podia chorar! 


Uma única lágrima se quer!


Entendia de cálculo.... pegava esquadro e compasso... e traçava pontos e pontos ... equacionava aquilo que não existia resolução... 
Debruçada sobre a pilha de papel... páginas e páginas de teorias e cálculos, que não lhe respondiam......... nem indicavam .... a resposta que tanto queria.


Foi quando ela se lançou no mundo... à procura ... 


De ciência exata sua vida era pouco construída.... aprendeu crescer assim, cercada de vento, de poeira nos pés... entre estrelas e vagalumes perdidos no quintal de terra batida... 
Só quando aprendeu que a+b , deveria sempre resultar com exatidão científica. 
Foi que aprendeu olhar a vida assim,
ao menos tentava!


Compreender a exatidão do todo... e de tudo.
Até do coração!


Tinha este sonho, de dedicar a vida à um grande projeto.... ter um grande feito...... 
... era pensando assim , que debruçava hora após hora nos livros e livros abertos sobre a mesa...
... e calejava as mãos... calculando problemas... procurando respostas... 


algumas vezes , desejava que sua vida fosse simples assim...precisa assim !
E que seu coração tivesse equação simples... e que o coração dele tivesse resposta ! 
Qualquer que fosse! 



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

To pUt iT AwAy....

" ....To look life in the face,..... always,
... to look life in the face and to know it for what it is.


.... At last to know it, to love it for what it is, and then, to put it away."




ERa um daqueles presságios seu, só poderia ser! 
Um dia de tanto frio em novembro... 


FOi assim que todas as grandes perdas de sua vida aconteceram...as grandes mudanças também! 
Não era assim tão pessimista à ponto de converter tudo que a resumia em lágrimas.


Ela era natural!
Assim como era da natureza do tempo.... que fizesse dias de sol... e dias de chuva.... para que nada padecesse ... 


Era honesta e simples o bastante para aceitar esta verdade absoluta de si!


Vivera sempre arrebatada... por ondas e ondas profundas, caudalosas....
ao passo que arrebatava algum olhar... ....  Seus encantos também eram mistérios....  


E especialmente naquele instante.... sentia se apagar... sentia que tinha chegado ao final de tudo.


Dos sonhos e  sabe-se lá se da própria vida.... 
Mas vivia!!
...Sem entender o porquê... 


Procurava vestir seu sorriso mais bonito... 


Quando se deu conta ... do cansaço estampado no rosto!
Do quanto estava exausta... e com razão... e como seus ombros pesavam... 
Pendiam ao chão... desoladas súplicas ... insuficientes pedidos de perdão....


TInha o peito escancarado... e nada nas mãos!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

fiOs de dELicAdeZa....

.... Para sobreviver ela dizia que era forte.

Não podia dizer nem em segredo, nem pra si mesmo..

Entristecida fazia chover!
Mas aí colocava sua roupa mais bonita, uma fita e uma flor nos cabelos....

Pra que a vida voltasse fazer sentido....

No coração , era fé!
Era fé o bater daquele coração... e fé... o ar que respirava todos os dias... a cada manhã....

Como se explica um milagre feito aquele.. nem ela poderia...

Tinha leveza de uma pluma qualquer... solta ao vento...
indo embora... devagar!

Quando levantou aquela manhã gloriosa, ao tocar os  pés no chão, desejou ser livre!
Completamente livre... de qualquer amarra que lhe prendia a alma... ainda... e Naquele instante, foi esta sua oração!

Queria um amor que a libertasse.Que a tornasse verdadeiramente livre... que lhe pertencesse ...  assim como ela mesma... toda ela... desejava pertencer!
Livre... do medo da espera... do abandono... livre da dúvida... da incerteza.. Liberta da insegurança ... de passos largos... liberta de qualquer coisa que fosse apenas comodismo....

ERa isto... sorria ao caminhar... lembrava o quanto amava dias assim... intermináveis...
... e aquele desejo de menina que a invadia... de querer um pôr-do-sol que durasse horas e horas e horas...

Viveria no lugar do Encontro... naquele jardim... na viração do dia...
dia após dia...

No fundo ela era só uma menina , Ventania ventania
...
Quem lhe compraria um jardim em flor...  guardava ainda aquela caixinha escondida lá no fundo bem fundo da gaveta.... com a poeira de um sonho que alguém um dia decidiu não sonhar....
....
Era valente esta menina... já tinha enfrentado tantas montanhas gigantes... atravessado entre o medo e a dor,
... perdeu tudo que tinha, e descobriu que aquele nada era O tudo que precisava... teve seu coração roubado, teve seus cabelos cortados... e viu seu sangue branco... escorrendo levando embora um sonho ou dois....

E mesmo assim... sobreviveu.... sobreviveu até aquele instante... até aqui... porque cantava ... enquanto seguia...
Ainda que na mais profunda escuridão.. era cantando que ia desenhando seu caminho...
e dançando  por onde quer que fosse....

Era perfume suave... aquela menina... daquelas fragrâncias que te tocam como um beijo muito doce...
...

E agora depois de tanto caminhar... sentia que algo dentro dela ia perdendo a força... a convencia  todo dia...  que ela era nada... que era só isto ... passagem....
... e abrigo enquanto durasse aquele instante....

Tamanha era a força deste monstro... tamanha era astúcia... e persistência... colocava até pedras no caminho da menina.. à lhe falar...

Certa vez, uma pedrinha destas.... veio rolando ... fez de tudo pra que a menina tropeçasse... fez de tudo para que a menina acreditasse nas palavras que dizia... e se foi....
... de tempos em tempos voltava... e ainda volta.... tentando um truque novo...

MAs a menina atravessa... noites e dias... atravessa com delicadeza... toda dela.
Ela mesmo tecia... fios e fios de delicada linha... tinha aquelas mãos pequenas...que desfazia intricados nós...
 (...)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

FolHas de aLmA

Horrível, pensava, adivinhar mover-se nela aquele monstro brutal! 
Ouvir ramos estrelejando e sentir aqueles cascos nas profundezas dessa floresta cheia de folhas, a alma; nunca estar inteiramente alegre, nem inteiramente segura, pois a qualquer momento o animal podia estar movendo-se; 


Ódio que, especialmente depois da sua doença, fazia-lhe sentir um doloroso arrepio na espinha; 
Causava-lhe uma dor física, todo o prazer da beleza, da amaizade, do bem-estar, 


De sentir-se amada, de tornar a casa deliciosamente acolhedora, tudo vacilava e pendia, como se na verdade houvesse um monstro a roer as raízes, como se toda a panóplia do contentamento não fosse mais que amor-próprio!


E a sala tinha suas paixões e invejas e raivas e mágoas
a sobrepujá-la e encobri-la, como um ser humano [...]
TRavava a boca o silêncio de segredos insondáveis... e aqueles mistérios insolúveis que preenchiam seu estomâgo.....



Seu modo mais profundo de ser é que se queria captar
e converter em palavras, o modo que para o espírito
é o que é a respiração para o corpo, o que se chama
de felicidade ou infelicidade.



Mas ficava ali parada.... olhando o caderno farto de folhas... olhando o caminho diante dela : Aberto... 


Abriu o livro sobre o criado-mudo  e leu:




" Querido,

Tenho certeza de que estou enlouquecendo de novo.
      Sinto que não podemos passar por outra daquelas
terríveis fases. E desta vez não ficarei curada.
            Começo a ouvir vozes, e não posso me concentrar.
Assim, estou fazendo o que me parece melhor.


Você me deu a maior felicidade possível. Não creio
que duas pessoas pudessem ser mais felizes até
chegar esta doença terrível. 



Não consigo mais lutar.
Sei que estou estragando a sua vida e que sem
mim você poderá trabalhar. 

E você vai, eu sei. Está
vendo, nem consigo mais escrever adequadamente.
Não consigo ler. O que quero dizer é que devo a você
toda a felicidade da minha vida. Você foi absolutamente
paciente comigo e incrivelmente bom. 

Quero dizer isso —
e todo mundo sabe. Se alguém pudesse me salvar, teria
sido você. 

Perdi tudo, menos a certeza da sua bondade.
Não posso mais continuar estragando sua vida. 



Não creio
que duas pessoas tenham sido mais felizes do que nós fomos.

Virginia"



Não conseguia parar de repetir aquela última frase.... era perfeita... linda... 
toda a carta era linda... mas aquela frase tinha algo que desatava nela algum nó.


Tinha de ir andando, disse ela, erguendo-se.
Mas parou, como se fosse dizer alguma coisa; e ela indagava consigo qual a causa.Pois não estavam ali as rosas?(...)

Há uma dignidade nas pessoas; uma solidão; até entre marido e mulher, um abismo; mas que se devia respeitar, pensou ela,  vendo-o abrir  a porta; pois não se podia renunciar a isto, ou denegá-lo a um marido, contra a vontade deste, sem perder a própria independência, o respeito próprio; algo que não tem preço, em suma.(...)

Mas...mas por que se sentia de súbito, por alguma coisa que não podia tinar, desesperadamente infeliz? 



Como alguém que houvesse perdido uma pérola ou um diamante na relva e separa cuidadosamente as hastes, aqui, acolá, e busca em vão cavando afinal até as raizes, assim examinou uma coisa e outra; não, 
 ..... não, isso não lhe importava; 


 O que havia era um sentimento, algum desagradável sentimento, experimentado talvez pela manhã; alguma coisa que alguém lhe dissera, de mistura com certa predisposição sua, no quarto, ao tirar o sapato; 


 Trouxera as rosas. As suas flores! Era aquilo! 
Ambos a tinham criticado, tinham zombado injustamente dela, por causa das suas recepções, suas manias de dona de casa,


 Era aquilo! Era aquilo!
Bem, como iria ela defender-se? 

Agora que sabia do que se tratava, sentia-se perfeitamente feliz.
Era só silêncio fora dela.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Je PaRs. Je ne RevienDrai jamais!

É que algumas vezes algo lhe aferrecia o peito... e observava cada uma de suas promessas se desfazerem dentro dele...
Não existia o amor.. não pra ele... jamais existiria... vida semelhante aquela que viu desaparecer por completo... num único instante.. assim... naquele único golpe.

O menino corria pra janela, pra ver se encontrava qualquer coisa que lhe roubasse a atenção. Era muito bom em fugas deste tipo...
"Evitar era melhor".. pensava....

Mas em dias feito aqueles que vivia... num momento deste.. onde o coração não sabia mais a batida exata... o tom correto.. nada disto... 

Só servia pra encher de dúvida... 

E se a vida não fosse mais nada além disto??
E se estivesse completamente perdido .. já que completamente sozinho... ele insistia em viver????
Ainda valia a pena , esquecer do amor.. esquecer do tempo... viver só e assim????
E esta angústia no peito???
...
E este vazio na alma????
...
E será que existe alma????
...

Quando percebeu era tão avançada a hora, que a rua inteira se escondeu... era só o vento lá fora...
era só a sua janela aberta.... 

Não! Não queria admitir que ao fechar os olhos sonhava com um beijo de cinema...cena final de romance.
Onde já se viu!!???
Não no seu peito... não no seu coração... Não, porque quem muito amou também muito sofreu... 

Afastava!
Já tinha decidido... estava feito!

Caminhava de um lado pro outro do quarto apertado justificando a vida que vivia e viveria por decreto seu!

Era quase um capricho! Uma birra, feito criança esperneando braços e pernas.
... Mas em noites feito aquelas... onde jurava era capaz de ouvir o próprio descompasso... e sentia o imenso desperdício de seus dias...

Quando parava frente ao espelho e olhava bem aquele rosto frio apoderado dele... lhe faltava o ar.

Perdia os olhos na janela.... perdia a vida nas horas que arrastava...
CAnsado e tão entristecido... lembrou do dia em que pegou suas coisas, as pressas, e deixou sua casa... despediu de sua mãe!
Quando chegou naquela nova cidade .... de paisagem dura... feita de ferro... Quando começou a viver todos estes decretos seus.

E sem perceber... também sem censurar .... desejou largar tudo.... e voltar!
Desejou que o vento o levasse de volta!

Desejou que tudo fosse simples.. e como antes.... E se ele tivesse, todas estas coisas que temia????


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

o EsCurO da nOiTe!



Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.


Não tinha medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois também era o escuro da noite

Mas acreditava em sinais feito aqueles.... o céu tão cinza lá fora... naquela tarde, ela simplesmente soube que algo mudaria...


FOi um sopro de repente... passou por ela revirando os cabelos...  arrancando o pedaço de papel de suas mãos...


... não era medo o que sentia.... era outra coisa... era um fiozinho fino de prata que percorria sua espinha...do início até o fim... 


E aquela voz dizendo dentro dela que era hora.... foi quando lhe faltou o ar... e só conseguia pensar na porta aberta... nas luzes de sua casa ainda acesas.
....
Era sua vida ali e cada pedacinho de sonho que plantara.
Já fazia muito tempo vivia sozinha... e sozinha cuidava de si mesma... 
Quando o coração doía , deslizava os dedos pelos cabelos e confortava o próprio peito... 
Porque a vida é assim!
Porque liberdade hoje em dia é a mesma coisa que solidão!!


Mas ela não pertencia a dias feito este. Não!
Não era deste tempo... 


Onde ser feliz era viver só pra si!E liberdade...liberdade era egoísmo.


Liberdade não era isto...  liberdade aos seus olhos era sempre igual a amar!
Era saber que poderia estar em qualquer lugar mas sua escolha era estar ali.
ERa construir a vida ao lado de quem a queria bem... era deixar bilhetes pelo quarto ... era beijo roubado... e cuidado também.


Tão fora de moda... ela toda. 


Assim que o dia foi acabando bem devagar... sentiu aquela vontade tão forte, tão profunda de chorar... enquanto limpava a poeira dos móveis... enquanto descobria os espelhos.... 


Lágrimas e lágrimas de alguma coisa que faltava nela... de alguma coisa que transbordava dela... 


Como compreenderia D-s???
Quem Ele era pra ela???


Foi limpando a poeira.... iluminando cada canto de sua casa... 
seu castelo de sonho.. por tanto tempo esquecido.. quase abandonado ali.... 


Quando então não pode mais , e caiu de joelhos... 
Levou as mãos em sinal de súplica sobre os olhos... e pediu.. na verdade implorou... aos prantos.. que D-s, onde estivesse mudasse sua vida.


Um pássaro cantava em sua janela... 



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

mAke it beTter!

(...)

Se Vinicius tivesse conhecido ela , diria assim:

Porque você é uma menina com uma flor nos cabelos, e só consegue dormir com minhas mãos sobre você.
E tem mãos tão pequenas feito a chuva e um dedilhar de menina.
Porque você enche os olhos de lágrimas quando vê uma árvore de natal.
E eu fico bobo olhando você.
Fico mais bobo ainda olhando você, perdida diante do coral de Natal , com seus olhos bem grandes iluminados.

Porque você é uma menina boba com uma flor nos cabelos, e tem ares de princesa... eu só poderia passar o resto da vida preso a você!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

pRimeira PeSSoa!

... que a vida tem pressa, disto sempre soube.... Esta ânsia do dia ... esta urgência em cada amanhã...
Perseguia insistentemente... com devoção e disciplina espartana... Com muita clareza e certeza, dos sonhos que tinha... do amor que tecia....
.... do coração dourado dentro do peito.... de promessas e promessas ... que ainda guardava como pérola.

Nunca acreditou  nisto.. .. de viver só pra si mesmo...
Sempre em suas orações pedia, Para que Deus lhe tomasse tudo!! REpetia e repetia!
E assim colocava sua alma  e seu coração em outras coisas , noutros lugares.... tinha este tipo de sonho!

De amor assim sublimado... sonhava com este lugar, onde os sonhos não se abortam... onde o temor não enrijece corações...
Lugar este, onde a verdade reinaria... e a inconstância não dominaria o fraco...o cansado...
Sonhava dia após dia após dia com este lugar... Que quando se perde é que se ganha!!

E assim seguia.
FOi quando se deu conta.. numa noite fria... parada de frente pro lago trêmulo ...
... foi quando viu toda sua vida passar diante dos seus olhos... e todas as suas ondas e vagas... todos os seus ruídos.... foi capaz de ouvir com nitidez absurda seu próprio sangue.. correndo pelas veias....

Porquê não eu ???? _ falou baixinho...só pro lago..
Porquê não eu??? Porquê eu não????

Queria tudo menos ser uma destas pessoas que batia no próprio peito... se auto proclamando qualquer coisa...
Passava à passos largos ... de tudo isto.. achando tão pequeno...

Censurou , aquela fraqueza... que lhe sobreveio... desejando mais que a própria vida.. que pudesse ainda ... que fosse encontrada ainda...

Lembrava de histórias e rumores de histórias ... de amores que não cabiam numa vida... de encontros assim de romance cheio... de amores que jamais se encontrão....

Tudo isto naquele instante.. parada frente ao lago.. toda sua vida num único minuto.. e justo aquele...
... foi o vento quem a chamou... e a fez despertar....

Ela se foi!
E em cada passo um pássaro ... em cada passo uma flor...
.... em cada flor .. despetalava um mal-me-quer....

Ela se foi... pensando .. se conseguiria ... se seria capaz.... de ver a vida em Primeira pessoa... assim...
..

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Beleza

“Mas cada homen não é apenas ele mesmo;
 é também um ponto único, singularíssimo, sempre importante e peculiar, no qual os fenômenos do mundo se cruzam daquela forma uma só vez e nunca mais.


 Assim, a história de cada homem é essencial, eterna e divina, e cada homem, ao viver em alguma parte e cumprir os ditames da Natureza, é algo maravilhoso e digno de toda a atenção.


 Em cada um dos seres humanos o espírito adquiriu forma, em cada um deles a criatura padece, em cada qual é crucificado um Redentor.”

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

à DeRiva !

E que esforço enorme fazia... pra não chorar... quando de repente encontrava assim, criaturas aladas, encantadas ..... que pousavam baixinho , mansinho , devagar....
... 

Pouco antes caminhava pela alameda sem fim, quando uma senhora a parou na rua e perguntou, o que tinha a menina, que alguém de olhos assim tão verdes... não podia , estar triste!! 
Que fosse decretado! Pronto! É proibido!

E sempre que se encontrava assim, era como se a menina estivesse parada na ponte.... e as águas todas correndo pros seus olhos.. em verdes lágrimas, hesitantes, para dentro dos seus olhos...
Desfazia a postura de bailarina e pendia os ombros  desistente, não dependia dela....
Não era mais com ela.

Tinha depositado sua vida em suas mãos.. foi aquele dia.. desde aquele dia, em que aquela poeira fina cravou seus olhos... 
Sua poesia andava cansada... e seus renovos, todos eles, eram insuficientes... 
Sentia tão pequena... a culpa era de suas mãos... que pequenas feito a chuva, lhe conferia aquela delicadeza de cristal.




Não conseguia viver assim , à deriva! 
Ela era VEntania solta... precisava de ar... precisava de versos e promessas, de coração rasgado, de emblemas  e flores.... 


************** 
******************************

Querida Pipa,

Peguei o papel e a caneta... batuquei , batuquei , cantarolei o samba... batendo a caneta na folha em branco, que me encarava ...
....

De poesia pra poesia... recebi seu abraço... de esperança cheio!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

DAs Coisas que SE perdem...

Então pedi pra Pipa... que desenhou lá no céu... tudo aquilo que eu já não podia mais dizer....

"E você se lembrará de mim, quando os ventos do oeste

se moverem sobre os campos de cevada."


ELa deixou este bilhetinho ... falando destas coisas , que se perdem... no ar, no caminho, na vida... 


..." Sei o que é perder um amor quando ainda se precisa dele. 
Já estiquei todas as pontas dos dedos para trazê-lo de volta, não alcancei mais. 
Minhas aspirações davam a entender que a parte dos dias que  me caberia viver não passariam de histórias que talvez nunca chegassem a se completar, nem mesmo no papel. 

Não tenho a oferecer nada além de um coração cortado, costurado e sem uma moldura traçada para sustentá-lo no ateliê de minhas esperanças.
 E não há nada que me faça deixar de sentir, mesmo tendo entregue cada folha ao barulho das tesouras.  É com tristeza que vejo esvoaçar cada página de um sentimento meu. 
Elas pousam serenas num pisoteado chão de festa, que, apesar de ter amanhecido, não  encontrou seu final.
Enquanto escrevo, fico olhando nossas fotografias tentando imaginar se ainda se lembra de nós. 

Toco o seu rosto com as mãos e o baú se fecha, guardando-nos num momento que não é mais o nosso. 
Fomos deixados sobre um tempo em que tudo enferruja, a começar pelos sonhos e a terminar pelo coração.
 Apenas minha caneta nos memoriza. Recordarei, algum dia, o amor que vivemos.
 Talvez com outra caneta, que não a dessa história que já não nos pertence. 

Quero me lembrar de quem eu teria sido se tivesse ficado com você. E vou rabiscá-lo neste papel até que a tinta seque e  nossas cores não se misturem mais. "
....

Pipa.

domingo, 3 de outubro de 2010

de EsTrelas

"A estrela cadente
caiu ainda quente
na palma da mão."


Lá e de volta outra vez,
desfez as malas... enquanto preparava  o chá.


no peito o coração batendo descompassado.. avisando que era hora...
lembrando que ainda estava lá...
seuEnquanto o chá lhe acalmava a alma , 
garganta a dentro...
... REspirou bem devagar, sorrindo, fez um pedido...


Apertou os olhos, e insistiu com seu pedido...
Que Deus a escutasse, 
Que seus sonhos não morressem... 
... não podia dizer em voz alta, aquilo que desejara seu coração...


... mas sorria... 
como se uma estrela cadente tivesse cruzado sua frente...
Sorria com a certeza, que tudo tudo se resolveria...


ELa viveria outra vez... 
.... 

sábado, 25 de setembro de 2010

Quem me compra um coração!??


De tanto andar sem rumo, esqueceu que tinha casa.
Esqueceu que tinha família... esqueceu que tinha irmãos, pais, tias, cachorro e passarinho.
... alguma coisa dentro dele estava quebrado.

Em que momento aquilo se quebrou?? Ninguém sabe !
Corria um boato solto , que um anjo chamado Solidão havia lhe roubado do peito o coração.

E ele seguia de boca em boca... de bar em bar.... de amigos ... de amigos... mas sempre sozinho.
Problema é que aquilo quebrado no peito, começou a lhe pesar.
Começou a doer... a inflamar...

E numa manhã qualquer , ele adoeceu.
De cama, desesperado, ele batia no peito... como se tentasse arrancar aquilo dali.
Sem ar, apertava os olhos, abria a boca..

Seu maior medo , era pensar na morte... e ali deitado sozinho no seu quarto, agonizando aquela dor ... acreditou que era sua hora.
Pensou, é agora!

E ainda que durante sua vida toda ele nunca tivesse sido capaz de decidir, naquele instante ele preferiu acreditar, que Deus existia... fechou os olhos ... e começou a chorar.... e pedia... por favor.. para que Deus o encontrasse.
Queria viver!!!
Precisava viver!!!

Nem conseguia traçar metas, ou justificar sua angústia com sonhos ainda não realizados...
... foi quando percebeu, que ele não tinha sonhos assim.... nem planos... nem "como era mesmo, o nome.???"... fez força pra lembrar....

Disto que não conseguia se quer dizer!

Aquela noite passou, e na manhã seguinte, de novo mais uma vez , aquela dor , aquela febre...
.. e na manhã seguinte e na outra e depois....

Estava doente!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ACroSs tHe UnIVerSe.

"... gosto de imaginá-lo voando com suas grandes asas douradas, solto no espaço, em direção a todos os lugares que é lugar nenhum. Essa é sua natureza mais sutil, avessa às prisões..."


Ela nem sabia seu nome.... nem de onde ele viria... ou pra onde .. nada disto. Ela era menina... e daquela noite adiante passou a sonhar... 
Não sabia ao certo que caminho seguir.. através de  qual estrada deveria seguir... era tão menina... 


Quando aprendeu escrever seu nome... teve tanto anseio .. queria mais .. mais palavras.... queria ela mesma ler... o poema que sua mãe todas as noites lhe repetia... 


Queria ela mesma, escrever e contar histórias feito aquela... de lugares distantes, que ela conhecia de olhos fechados...


Tinha este desejo de escrever , mesmo menina, longas cartas.... 
longas cartas, contando do leilão de jardim, dos vagalumes, dos sonhos todos, da poeira de estrelas que invadia sua janela toda manhã... cintilando... dourado......   serenando , bem devagar!!!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Junta Teus sonhos com o meu... segura minha mão...

Foi assim , amanheceu um dia azul , ensolarado.. 
... e tudo tinha aquela promessa de ser algo bonito, especial. 

O dia caiado de azul... iluminado feito ela só.
E foi ai que sentiu que estava melhor... parecia que tinha força... pensou em flores , nos seus cabelos, no seu caminho... nos vasos de sua casa.. 

Seus canteiros de Bálsamo .. de mirra... as angélicas delicadas penduradas em suas hastes de menina moça.
.... 
COrreu longe um pensamento de paz... qualquer coisa de conforto... 

"Junta seus sonhos com o meu. E assim a gente costura um céu estrelado."

Seguiu para o hospital, assim, respirando um sonho aqui.. uma vontade ali... 
... e de uma só vez, viu tudo isto fugir de suas mãos... 

Foi assim , de repente.... 
uma voz de cantinho, sorrateira, insistia... Que aquelo amor que tinha, seria pouco , acabaria!! Ele não suportaria!!

E talvez fosse necessário cuidado desmedido com a menina, que não tinha mais nada nas mãos.. 
Além de flores nos cabelos... além de pedacinho de estrela na palma das mãos.... 
FOi andando sozinha , sem saber ao certo o que faria... e quis chorar... feito menina que era... mas não podia.

ahhh quem repararia, pensou consigo, enquanto caía uma lágrima seguida de outra e mais outra... ela caminhava.

Acabaria assim. 
Quando buscou o ar, olhou pra cima, ... a lua bem alta.... o céu todo pontilhado... 
... ela indo embora... 

sábado, 18 de setembro de 2010

É de Vento tua Alma, eu sei!

"__ É de vento 
tua alma de menina,
eu sei.                                                                                                                                                                                                                                                                        
Passeia pelas ruas
brincando em redemoinhos,
balançando as árvores,
cantando no ouvido das pessoas....
eu sei... eu sei ...  por isto eu fiquei assim... vendo você cada vez mais longe... 
indo.. " 
......


É que algumas vezes, somos surpreendidos , aqui e ali... por ondas, por caminhos.. por criaturas aladas... repletas de encanto ... e A beleza depende apenas dos olhos de quem a procura...
E fazia um certo tempo, já tinha quase esquecido... daquela sensação livre... que caia devagar ... quando avançava entre as alamedas... 
Ia reparando nas cores... todas novas... aquele desbotado de antes ... era como mentira... que jamais se fez... 


O céu completamente rasgado de azul... enquanto respirava , se deu conta... de como tudo havia mudado... a gatinha da casa da esquina, já não estava mais lá...
E de poucas coisas , tinha certeza na vida.


Tinha força no caminhar... e fé no seu caminho... sabia! ainda que tudo estivesse escuro  ... ela cantaria...
Cantaria porque tinha amor no peito... porque iluminava o caminho... e se hora ou outra algo lhe doía... cantando ela seguia... sem esmurecer....


É alta noite
e tua alma rola na lua,
curiosa, travessa...
Salta de estrela em estrela
inquieta.
Dançando à vontade
onde mortais sentem vertigens.
Sem saber a quem pertence
ou aonde vai...
Sem forma fixa que limite
ou rosto no espelho...
É de vento 
tua alma de menina,
dá voltas pelo mundo 
sem saber que viver
é mais do que uma brincadeira...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

fRagiLe

"Frágil – 
você tem tanta vontade de chorar, 
tanta vontade de ir embora. 
Para que o protejam, 
para que sintam falta. 


Tanta vontade de viajar para bem longe,
 romper todos os laços, sem deixar endereço. 


Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. 
Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. 


Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse.


 Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar..."