segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Janela Verde


Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. 
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,e o jardim parecia morto.


Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.


E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.


Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.


Avisto crianças que vão para a escola.


Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.


Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.


Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.


Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.


Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela,
uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas,
e outros, finalmente,
que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


******
Começando a semana bem devagar,
Algumas plantas do meu jardim floriram pela primeira vez!!!!


O Lírio lilás, a moréia... 


A Quaresmeira florindo novamente, fora de época. 
E duas flores no Jasmineiro. 


Meu coração só queria chorar... era gratidão, era amor.. SAudade.


O sorriso do meu pai, todo satifeito em me dar aquele presente.
Ele não pode esperar até a noite de NAtal. 


Não saberia explicar nem descrever o tamanho do meu pai.
Ele é imenso. Gigante. 
Meu herói!

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