terça-feira, 30 de março de 2010

Janela Baixa...

Ninguém percebe, mas o vento gira, rodopia e transforma.
Paciente desfruta de todo o  tempo do mundo,que respira.
... Acreditava desde menina, que o vento era capaz de Mudar aquilo que não se pode ver com os Olhos.
Que leva muito mais do que se diz... muito mais do que devia.


O vento sopra demais, e o escuto reclamar através da minha janela.
Fico de costas pra ela... mas o percebo nas folhas da árvore e nos meus cabelos.
Hoje ele , o vento, passeia com mais força. 


Vida dentro do peito.
Levo comigo palavras queridas... 
Pintamos de Azul.. o resto do dia.
Eu , 
me Deixei ficar no abraço azul do céu e da cadência das ondas.
No instante ou no sempre não importa...
Dos problemas faço mudança, e visto-me no azul desse abraço.
Junto com todas as palavras deixadas para trás. As minhas e as vossas. 



Vestia as palavras... 
É outono! É outono em mim.
Lembro da infância toda... 
das cores dentro dela... da janela que se abria 
A janela que era como  bilhete para o mundo


Viajando para dentro, viajando para fora, viajando em redor.
Sempre gostei de janelas baixas. Onde projeto e regresso, aqui e ali, 

...e desenho no ar lugares por inventar.
Sensação de ter de acordar, vontade de perpetuar.
Cavalgo no vento, no tempo que fica, enlaço o segundo, liberto o minuto que deixa... que parte.

Não sei porque se misturam o azul turquesa com o raio de sol, a água fresca com os risos em segredo. 
Não sei de onde vêm, não sei onde ficam, pulam, dançam, jogam com os sentidos, dispertos, feridos.
É na janela baixa que me perco, me encontro, me mostro, me escondo, me deixo ficar.
Louca, me atiro, e caio, resvalo. 


E da janela baixa, no tempo me lanço, logo enfim descanso,
me desfaço no vento. 


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