quinta-feira, 25 de março de 2010

São deLicados os ventos do Outono.



.. São delicados os ventos do outono.

Esperou que as horas dormissem para que houvesse mais tempo pra sentir.
E escolheu a melhor sensação pra vestir o seu poema.

E havia alegria no peito, mas a sua primeira frase nasceu triste.

Não entendeu.

Não eram palavras melancólicas, era o tom do texto que estava em harmonia com a tristeza.
Como se o primeiro olhar que a poesia lhe lançasse fosse lânguido, desanimado: um olhar sem flerte.
Nenhuma sedução se fazia ali.

Tentou recortar uma paisagem mais gentil que fosse equivalente à alegria, e um céu tão azul aconteceu... 


...Mas o céu sem nuvens era de um azul tão só...

Talvez aquela calmaria aborrecesse o seu rascunho.
E no fundo, o que lhe faltava era companhia.

E pintou uma ventania brusca que trazia chuva e afundava estrelas.

Na verdade, tinha muito choro guardado naquele vento sudoeste... 

Que lavasse aquela dor, então!!!!!!!!!!!!!!!!!



Via a claridade além do sol, céu totalmente isento de nuvens...  sem nenhum trovão.
São delicados os ventos do outono.

Todas as minhas expectativas frustradas escoando pela terra.

Tenho tudo que preciso e abro o peito e os braços e digo um SIM sonoro para o que meus olhos alcançam, o meu peito suporta e o mistério penetra.
Eu me sinto em casa: tenho a imensidão do mar e horizontes inalcançáveis.
E o que me faz caminhar é essa sucessão de desafios que não cessam, para que eu conheça meu poder de superação.

Eu construo minhas estradas e meus navios.
E depois os aprimoro.
E para que navegue ébria ou caminhe resoluta numa linha torta, preciso estar forte feito rocha.

Eu moro nos mirantes quando preciso montar a trajetória dos meus próximos mapas.
E abraço cada sensação que tenho ao apontar com o dedo meu próximo lugar sem um provável endereço.

E, em vez de cidades, encontro sentimentos_ países inteiros a serem explorados: Amor, Medo, Confiança, Insegurança, Solidão... Meu destino é a Sabedoria.

Não procuro atalhos, sei que é longa a travessia.

Tenho tanta força em mim que não poderia guardá-la apenas para momentos adversos, tive que usá-la também na experimentação de um prazer exagerado, na minha sede pelo absoluto.

No meu trabalho interno pelo desapego foi quando descobri que sempre me faltou fome.... que sempre me faltou este apetite em ser Feliz...

Aprendi a me oferecer mordomias emocionais como adiar decisões dolorosas e a de ter a disciplina de cumprir rigidamente meus prazos.

Antes eu pensava que nunca havia tempo suficiente, hoje eu percebo que o melhor emprego do meu tempo é neste desvelar de mim mesma, nesta busca por uma orientação interior tão nítida que nada se misture à inquietude dos meus desejos.
Nem sempre se deseja o que é melhor!!

Sou eu que escolho quem vai conviver comigo e participar da minha (auto)biografia, ser o foco da minha poesia ....

(Posso ver com clareza além do sol...agora.) 

Quem me dera Agora... 
quem me dera Agora... 

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