terça-feira, 27 de julho de 2010

PerdEndo dEntes..

Pouco adiantou... 
sua pressa e ansiedade. 
O tempo corria manso, indiferente a sua urgência. 
Indiferente a toda ela...

Espaços Vazios. 

Universos se perdiam dentro dela. Parada ali. 
E aquela calma como a vida escorria fora dela, só lhe causava mais pressa. 



Descompasso dela. 

FOi quando parou de repente frente ao espelho de seu quarto; indecisa ainda quanto ao que vestir. 
E percebeu. 

Seu rosto. Seus olhos. 
Aquele olhar ainda estava lá! 
Encarava a si própria como se não fosse capaz de reconhecer! 
Como se desafiando um oponente para um duelo. 

_Quando foi que a paciência , sempre virtude dela, a abandonara?? 
Para onde foi?? 

O coração como senão mais pertencesse aquele peito. 
Parou !

COmo o beijo de uma onda, 
Fino , frio e ainda SOlene. SEntindo , como sentia. 
Parada ALi. 

Ante a janela aberta, 
que alguma coisa de terrível ia acontecer. 
Olhando para as flores, 
para os troncos de onde se desprendia névoa. 
Parada e olhando. 

NOs olhos dos passantes, 
na sua própria pressa, 
no seu andar 
na sua demora. 
No burburinho e vozaria. 

Carros, autos, ônibus, caminhões, homens, mulheres. 
REalejos!! 

Na glória e no rumor. 
No estranho aerocanto de algum avião sobre a sua cabeça; Estava 
isto que ela Amava:: A VIda! 
Aquele momento de Julho! 

Ela própria amando como amava aquilo tudo com uma absurda e religiosa paixão. 
Parte que era daquele mundo, tão distante do seu. 

Das ruas que amou.
TInha a esquisita sensação de estar invisível; 
Despercebida, desconhecida. 


_Podia ser Amor! ELa ainda podia SEr!

SOrriu por dentro. 
SE recompôs! 

Avançou rápido como de costume, ALta, Muito direita. 
POstura perfeita. 

Por toda parte Flores. 

Sorriu flores aquela tarde. 
E avançou!

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