sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Perfume de Jasmim

Rosto familiar no espelho!

Lá estava eu!
Princesa Azul.. CLara e TRanslúcida.
FEito a Lua iluminada.
Flor nos cabelos.

Enquanto esperava a chuva passar... só conseguia pensar no meu pé de Jasmim.
TOdo em Flor.
A manhã de sol... e o perfume de jasmim... que me despertara.

A casa Toda clara!

* * * *

Faz de conta que ela era uma princesa azul pelo crepúsculo que viria,

faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos,
faz de conta que uma veia não se abrira

e faz de conta que sangue escarlate não estava em silêncio branco escorrendo
e que ela não estivesse pálida de morte,
estava pálida de morte

mas isso fazia de conta que estava mesmo de verdade,
precisava no meio do faz-de-conta falar a verdade de pedra opaca
para que contrastasse com o faz-de-conta verde cintilante de olhos que vêem,

faz de conta que ela amava e era amada,
faz de conta que não precisava morrer de saudade,
faz de conta que estava deitada na palma transparente da mão de Deus,

faz de conta que vivia e que não estivesse morrendo
pois viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte,
faz de conta que ela não ficava de braços caídos
quando os fios de ouro que fiava se embaraçavam
e ela não sabia desfazer o fino fio frio,

faz de conta que era sábia bastante
para desfazer os nós de marinheiros que lhe atavam os pulsos,

faz de conta que tinha um cesto de pérolas só para olhar a cor da lua,
faz de conta que ela fechasse os olhos

e os seres amados surgissem quando abrisse os olhos úmidos da gratidão mais límpida,

faz de conta que tudo o que tinha não era de faz-de-conta,
faz de conta que se descontraíra o peito e a luz dourada a guiava

pela floresta de açudes e tranqüilidade,

faz de conta que ela não era lunar,

faz de conta que ela não estava chorando.
 
Que aquela manhã era feita só para ELa!
E apenas Dela.


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