terça-feira, 17 de novembro de 2009

Reparei que a poeira se misturava às nuvens

Perguntei: "Que me vale ter casa, parentes, vida?
Sou a terra que estremece? Ou a multidão que avança?

Meu nome está em mim? No passado ou no futuro?

Ninguém responde. E o fogo avança para meu pequeno enigma".

Se não houvesse montanhas!


Se não houvesse paredes!

Se o sonho tecesse malhas
e os braços colhessem redes!

Se a noite e o dia passassem
como nuvens, sem cadeias,
e os instantes da memória
fossem vento nas areias!

Se não houvesse saudade, solidão nem despedida...
Se a vida inteira não fosse, além de breve, perdida!

Eu não tinha cavalo de asas,
que morreu sem ter pascigo
E em labirintos se movem
Os fantasmas que persigo.

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