quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Vestida de Flor.


Alguma coisa angustiava o peito.
Era a noite bem fresca, como todo o resto dela.

Resolveram caminhar.
Vestido florido, vestida de flor.
Cabelos presos como boa bailarina que sempre foi.
Ela adorava o jeito como o cabelo dele caia de lado emoldurando o rosto tranquilo.
Adorava o modo como as mãos dele escondia as suas.
E como era preciso que ela acelerasse o passo para acompanhar o seu caminhar.

A noite era linda.
Mas dentro dela de repente, se fez só silêncio.
Silêncio de Urgências, silencio do Silêncio.
Que era todo branco... que corria por ela... veias à dentro.
MAr à fora.

Não era capaz de escutar por dentro.
Nem o coração batendo.

Foi quando descobriu, que podia se presentear.ELa mesma, podia prover seus símbolos e significados.
Quando saiu do Ourives, e esperava por ele que escolhia sapatos, percebeu que não era a mesma coisa.
Que fazia toda diferença a origem destes detalhes.
Acrescia valor.

Voltaram para casa, caminhando, enquanto a noite se firmava.
E ela só conseguia pensar nas músicas que não conseguira escutar aquela noite.
ELe falava... mas ela estava tão distante.
Pensava apenas na sua mão tão pequena dentro da dele.
Pensava como amava caminhar assim a noite. E na saudade tão grande que sentia do seu amado pai.
SEgurava o vestido com a mão esquerda para que não caísse.
Sorria pra ele como se concordasse com tudo aquela noite.

Aquela noite tão brilhante.
Sabia que nunca seria capaz de passar pelo tempo sem deixar parte sua... que sua vida não estava ali em vão.
Que Era Absoluta a Urgência do AGora.
Lembrou de TAiná, desejou que ela estivesse bem e que recebesse seu afago aquela noite.
O pensamento corria

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