domingo, 19 de fevereiro de 2012

... sHattEreD mInD

‎"A noite de hoje está me parecendo um sonho.
- Mas não é. É que a realidade é inacreditável."




Por que sentia assim... por que apertava o peito e contraía o diafragma como se não existisse qualquer ar dentro dela... por que pensava na vida toda dela, naquele único dia ???


É verdade! A vida era esta mesma! 


Por que aquilo lhe puxava pra baixo como se uma âncora estivesse atado seus calcanhares?


Sentia-se humilhada. 
E guardava tudo dentro dela, trancado à sete chaves. Mas de repente tudo era tão urgente.
Muitos caminhos a sua frente.
E não sabia mais, exatamente, qual deles gostaria de seguir.


Questionava sua habilidade e talento, questionava se tinha feito a escolha certa ou se ainda restava tempo para voltar e recomeçar outra vez... 
... 
Pensava tanto.. até que exausta, soltava um sonoro e sincero "sei lá!" ... 


Tanto silêncio em mim.
Podia até soar descaso, mas não era não. Era só um amontoado de coisas..internas e externas...inseguranças e mais um bocado de coisas que não que  valeria a pena enumerar. 


Cozinhei, lavei pratos e panelas, fiz mais um chá de ervas verdes tomado agora as 22hs45... reparei as horas, fui pro banho... e enquanto a água muito quente batia nos ombros... me dei conta que tinha começado a chorar e repetir meio dementemente  "tudo-vai-passar-tudo-vai-passar"...
Talvez em parte o efeito de ter sofrido tamanha injustiça e aquela sensação presente e cada vez maior de humilhação... era um desgosto imenso com a idéia semi-destruída de sua carreira, e as pessoas esvaziadas e excluídas... 
E uma vontade esgotante de entender, de dar a volta por cima. 
 E uma solidão muito grande.
Doía os ossos dizer isto. 
Doía porque não era para parecer ingrata ... ou mal interpretada... não!
Tinha finalmente a família que sonhara tanto tempo. E era também feliz!!
Como era possível isto ????  A mente assim dividida ?????


Mas me olhava no espelho... e via dia a dia... 
Não fazia nada. Não tinha tempo se quer pra escrever meus diários... um dia engendrava o outro... e assim por diante.


E um dia quando andei por aí, levando  minha filha comigo,tudo era tão novo.
Me veio outra vez uma curiosidade pelo mundo.Um carinho pelas pessoas e aquela vontade de continuar viva, de lutar, de seguir.


Por isto também acho que estava evitando escrever... sabia que o vento sopraria e seria assim.


"Eu não sabia o que na madureza aprenderia: que todas as coisas quando acabam são substituídas por outras, que a vida não se reduz, mas cresce. E é em tudo um milagre."


(...) concluindo, seria preciso decretar, urgentemente, que o preconceito é doença, a infelicidade é proibida, e a burrice é crime inafiançável, amém."



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