sexta-feira, 28 de março de 2014

O que já Era muiTo

Perdemos tudo. Menos a nossa capacidade de significar. O que já era muito.

Aí você se sente prisioneira... de seus deveres e obrigações... Responsabilidades.
Ariana com ascendente em sagitário ... ficava explodindo  entre a vontade de disparar um sonoro : Go to Hell.... ! (entre outras coisas, cobras e lagartos)... e o que era apropriado para o momento: tentando deixar passar... engolir o sapo.
Quem a conhece com mais propriedade sabe dizer o quanto o sapo lhe descia amargo e repleto de espinhos.. lhe rasgando a garganta, quadrado em seu esôfago.
Lhe torturando o estômago.
E ficava pensando lá com seus botões.. que chegar em casa e ter amor em dobro fazia aquilo bem diminuto...
Adicionava uma colher de açúcar ao Sapo... e lhe ajudava engolir.

Como aquele gole de água que oferecemos ao filho depois da dose de remédio muito amarga.
***    **

Algumas vezes
Nos sentimos assim... Ansiosos por algum sinal, algum conforto...

E aquele dia , as palavras queridas dedicadas à mim.. me trouxe tanto significado.

Fechei a porta do carro, e comecei a chorar... tinha me reencontrado com a doçura que sim, ainda havia em mim. Eu não havia perdido.
A vida real tem este poder sobre a gente.. nos amarga, nos arranca o sabor.
A guerra tem este poder ... todos os dias.. um leão.. uma briga.. um arranhão.

E então chorei.
Chorei de saudade...
Saudades de mim.. de tudo que sempre fui... e ainda sou.. e já não posso mais ignorar.
Meus valores, meus tantos significados. ... minha cor azul.

A Doçura imensa da minha filha, quando se refugia nos meus braços.
A calma e paciência do marido ao ignorar o meu mau humor.
TOdos os sinais que Deus, Glorioso e Amoroso, me envia.
Enfim, todos os dias.. os dias, as horas.
Respirei com mais profundidade e gratidão.



“O erro – sou eu que te digo – está em desconhecer que receber é muito diferente de aceitar.

Receber é essencialmente dar, e dar-mo-nos a nós próprios.

Avaro não é aquele que evita gastar a fortuna em presentes, mas aquele que não dá a luz do seu próprio rosto em troca da tua oferenda. Avara é a terra que não fica mais bonita depois de lançares nela as tuas sementes.”

Antoine de Saint-Exupéry




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